A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (9) a Operação Kryptolaundry, investigação sobre um esquema de captação ilegal de recursos e lavagem de dinheiro via criptoativos, que movimentou R$ 2,7 bilhões nos últimos anos. Segundo a PF, R$404 milhões foram identificados como provenientes de atividades ilícitas.
De acordo com as investigações, o grupo estruturava dezenas de empresas de fachada para atrair investidores com promessas de retornos altos e garantidos em criptomoedas. Parte do valor recebido era desviada, enquanto os investigados utilizavam criptoativos para dificultar o rastreamento do dinheiro.
Como resultado da operação, a PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão, decretou 9 prisões preventivas e bloqueou bens que incluem contas bancárias, imóveis urbanos e rurais, fazendas e comércios, totalizando até R$ 685 milhões. Ao todo, 45 pessoas físicas e jurídicas estão sob investigação.
O caso integra uma série de ações recentes da PF contra fraudes envolvendo criptoativos. Em 2025, operações como Decrypted e Lusocoin já haviam identificado patrimônio de grupos suspeitos ultrapassando R$ 3 bilhões, além de evidências de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Especialistas alertam que promessas de lucros garantidos com criptoativos, especialmente por empresas sem transparência, são sinais claros de fraude. O episódio reforça a necessidade de cautela: investidores devem sempre checar a veracidade das plataformas, a existência de registro junto a órgãos reguladores e a real capacidade de operação das empresas.
A PF informou que as investigações continuam, com análise detalhada das transações digitais para localizar outros envolvidos e responsabilizar todos os participantes do esquema.