A presença de javalis e javaporcos em propriedades rurais brasileiras tem gerado prejuízos crescentes à agricultura e despertado alerta das autoridades sanitárias. Estima-se que essas espécies causem perdas de até 40% em lavouras de milho e soja em algumas regiões, além de representarem risco à pecuária ao transmitirem doenças como peste suína clássica e febre aftosa.
Medidas Legais e Controle Populacional
Para enfrentar o avanço dos javalis, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) articula a aprovação do Projeto de Lei nº 4253/2025. A proposta prevê descentralizar o controle de espécies invasoras, transferindo a responsabilidade para estados e municípios. Entre as medidas estão a caça regulamentada, o abate e o manejo populacional, além da comercialização de produtos e subprodutos resultantes dessas ações.
No âmbito estadual, São Paulo publicou o Decreto nº 69.645/2025, instituindo a Política Estadual de Controle e Manejo do Javali. O decreto define procedimentos para transporte de carcaças, rastreabilidade e coleta de amostras biológicas, estabelecendo diretrizes para o manejo da população desses animais em propriedades rurais.
Desafios para o Controle Efetivo
Especialistas alertam que a erradicação completa dos javalis é inviável. O controle efetivo depende de ações coordenadas entre governo, produtores rurais e caçadores, além de medidas contínuas de monitoramento e manejo sustentável da espécie. Segundo estudos, estratégias isoladas ou pontuais têm pouca eficácia diante da rápida reprodução e dispersão dos animais.
A expansão dos javalis em áreas agrícolas evidencia a necessidade de políticas públicas integradas, aliadas à conscientização dos produtores sobre os riscos e as melhores práticas de manejo. O controle da espécie não é apenas uma medida de proteção econômica, mas também de saúde pública e preservação ambiental.