PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Governo Federal destina R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas rurais

Medida provisória beneficia produtores afetados por eventos climáticos

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, formalizou nesta sexta-feira, 5 de maio, uma medida provisória que estabelece condições especiais para a renegociação de dívidas do setor agrícola. O programa, que conta com recursos de R$ 12 bilhões do Tesouro Nacional, tem como objetivo principal auxiliar aproximadamente 100 mil produtores rurais que enfrentaram prejuízos significativos devido a secas prolongadas e enchentes severas nos últimos anos.

A iniciativa representa um esforço do governo federal para destravar o crédito agrícola e permitir que os agricultores possam se preparar adequadamente para as próximas safras. De acordo com as declarações presidenciais, a medida foi concebida como resposta às adversidades climáticas que comprometeram a capacidade produtiva e financeira do setor primário.

Critérios de elegibilidade e condições de acesso

O programa de renegociação está disponível para produtores de todos os portes – pequenos, médios e grandes – que tenham registrado pelo menos duas perdas de safra consecutivas nos últimos cinco anos. É necessário que os municípios onde estão localizadas as propriedades tenham decretado situação de calamidade pública em duas oportunidades durante esse mesmo período.

Dos 100 mil agricultores estimados como beneficiários, 96% correspondem a pequenos e médios produtores que se encontram em situação de inadimplência ou possuem dívidas com prazos prorrogados. Essa distribuição demonstra o foco da medida no segmento que mais sofreu os impactos das intempéries climáticas.

As condições financeiras foram estabelecidas de forma diferenciada conforme o porte do produtor. Os pequenos agricultores terão acesso a linhas de crédito de até R$ 250 mil, com taxa de juros anual de 6%. Para os médios produtores, o limite será de R$ 1,5 milhão, com taxa máxima de 8% ao ano. Os grandes produtores poderão contratar operações de até R$ 3 milhões, sujeitas a taxas de juros de até 10% anuais.

Estrutura de pagamento e objetivos do programa

O plano de renegociação oferece prazos extensos para a quitação das dívidas, permitindo até nove anos para o pagamento total, incluindo um ano de carência inicial. Este período de carência tem como objetivo proporcionar tempo suficiente para que os produtores reorganizem suas atividades financeiras e produtivas antes de iniciar o pagamento das parcelas.

O Presidente Lula enfatizou que a medida não constitui perdão de dívidas, mas sim uma renegociação responsável que busca equilibrar as necessidades dos produtores com a sustentabilidade financeira do sistema. A operacionalização do programa ficará a cargo das instituições bancárias, que atuarão como intermediárias na aplicação dos recursos do Tesouro Nacional.

Além dos mecanismos de renegociação, o governo federal anunciou estímulos adicionais para incentivar os bancos a participarem ativamente do processo. Esses incentivos visam assegurar que as instituições financeiras colaborem de forma efetiva na implementação do programa, garantindo que os recursos cheguem aos produtores que realmente necessitam do apoio.

Impacto esperado na recuperação do setor agrícola

A medida representa um passo significativo na recuperação do setor agrícola nacional, que tem enfrentado desafios crescentes devido às mudanças climáticas. Ao proporcionar condições financeiras mais favoráveis, o governo espera não apenas resolver problemas imediatos de endividamento, mas também fortalecer a capacidade produtiva do campo para os próximos anos.

A renegociação das dívidas rurais under condições especiais demonstra o reconhecimento oficial das dificuldades enfrentadas pelos produtores e a disposição do Executivo em buscar soluções concretas para problemas estruturais do setor agrícola. A expectativa é que o programa contribua para a estabilização financeira das propriedades rurais e para a manutenção da segurança alimentar do país.

Leia mais

PUBLICIDADE