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Clima favorece lavouras de trigo, mas preços médios registram novas quedas

O clima mais estável no final de outubro beneficiou as lavouras de trigo no Brasil, trazendo boas perspectivas para a produção agrícola. No entanto, os preços médios do produto continuaram em queda, de acordo com levantamento da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), com base em dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA).

Condições climáticas ajudam o desenvolvimento das lavouras

Após semanas de instabilidade, o fim de outubro trouxe um período de clima favorável nas principais regiões produtoras, permitindo que as lavouras de trigo se desenvolvam sem grandes prejuízos. As condições mais secas e temperaturas amenas contribuíram para a fase de maturação das plantas, garantindo um cenário promissor para a colheita.

“As condições recentes do clima têm sido positivas para o desenvolvimento das lavouras, reduzindo riscos de perdas e doenças”, afirma a SNA.

Quedas nos preços preocupam produtores

Apesar do avanço das lavouras, os preços médios do trigo registraram novas quedas em outubro:

Rio Grande do Sul: R$ 1.138,41/tonelada, queda de 9,60% em relação a setembro e de 11,70% sobre outubro de 2024.

Paraná: R$ 1.216,53/tonelada, queda de 9,70% mensal e 15,60% anual.

São Paulo: R$ 1.161,58/tonelada, queda de 7,50% no mês e 24,90% no ano — menor valor desde novembro de 2016.

Santa Catarina: R$ 1.263,26/tonelada, queda de 7% em relação ao mês anterior e 13,40% sobre o ano — menor nível desde abril de 2018.

Segundo analistas, a queda nos preços está relacionada à expectativa de uma safra maior, às boas condições de produção na Argentina e à valorização mais baixa do dólar, que afeta a competitividade do trigo brasileiro no mercado externo.

Impactos para produtores e mercado

Para os agricultores, o cenário é misto: o clima favorável reduz riscos de perda e aumenta a produtividade, mas os preços baixos pressionam a rentabilidade. Já para indústrias e consumidores, os preços menores podem resultar em mais oferta e menor custo da matéria-prima, o que pode refletir em produtos finais mais baratos.

Especialistas destacam que a atenção deve permanecer voltada para a manutenção da produtividade e para os efeitos do câmbio sobre a comercialização do produto, principalmente diante de uma safra argentina volumosa e da oferta crescente no mercado interno.

Perspectivas

Se o clima continuar estável, a safra brasileira de trigo pode ser robusta, garantindo segurança alimentar e abastecimento para indústrias de panificação e derivados. No entanto, os produtores terão de lidar com a pressão dos preços médios baixos, que exigirá planejamento estratégico para manutenção da rentabilidade.

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