O café, produto símbolo da economia e cultura brasileira, enfrenta uma crise sem precedentes. Mudanças climáticas, desmatamento e problemas na infraestrutura logística colocam em risco a produção nacional, que é responsável por grande parte das exportações do país.
Impactos Climáticos
As principais regiões produtoras, como Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, têm registrado temperaturas mais altas e períodos de seca prolongada. Desde 2010, a temperatura média durante a floração aumentou cerca de 1,2°C, afetando diretamente o desenvolvimento dos grãos. Geadas e chuvas irregulares agravam a situação, reduzindo a produtividade em até 40% em anos críticos.
Desmatamento e Escassez Hídrica
O avanço das lavouras de café também contribui para alterações no ciclo de chuvas das regiões produtoras. Estudos mostram que o desmatamento para o cultivo do grão diminui a precipitação, gerando falhas na colheita e aumento nos preços do produto. Especialistas alertam que essa combinação de fatores ameaça a sustentabilidade da cafeicultura brasileira.
Infraestrutura e Logística
Além dos desafios climáticos e ambientais, o setor sofre com problemas de infraestrutura. Portos congestionados e estradas em condições precárias dificultam o escoamento da produção, elevando custos logísticos e reduzindo a competitividade do café brasileiro no mercado internacional.
Previsões Futuras
A expectativa de uma super safra de café arábica em 2026 já enfrenta incertezas. A produção depende das chuvas que antecedem a floração das lavouras, e a escassez de água pode comprometer o volume colhido. Economistas e produtores alertam que, sem medidas adequadas, o Brasil pode perder parte da sua liderança na produção global do grão.