O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), provocou uma onda de indignação e críticas ao comparar, em uma entrevista recente, pessoas em situação de rua a “carros estacionados irregularmente” e sugerir a criação de uma lei para “guinchá-las”. A declaração, feita durante entrevista à rádio Jovem Pan na última quinta-feira (5 de junho de 2025), gerou forte repercussão negativa.
Ao comentar sobre questões de segurança pública e a existência de pontos de consumo de drogas em Belo Horizonte, Zema afirmou: “Temos lá moradores de rua ainda. Eu falo que no Brasil nós tínhamos que ter uma lei. Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela ali de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada que seja efetivo. É um problema em São Paulo, Belo Horizonte e em outras cidades”.
Reações Imediatas e Críticas Veementes
A fala do governador mineiro provocou reações imediatas e veementes de políticos, ativistas e organizações da sociedade civil, que classificaram a declaração como insensível e desumana.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), declarou em suas redes sociais: “A insensibilidade do governador é revoltante! Zema erra para além da palavra. Alguém tem que ensinar a esse filhinho de papai que o correto, quando se trata de pessoas, é acolher”.
A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) também criticou duramente: “Sério gente. A que ponto chegamos. Agora Zema compara a população em situação de rua com carros abandonados. Com coisas. PESSOAS NÃO SÃO COISAS!”.
As manifestações de repúdio destacam a desumanização percebida na fala de Zema, que ignora as complexas causas da situação de rua e propõe uma solução baseada na remoção forçada, em vez de políticas de acolhimento e reinserção social.
O Debate Sobre a População em Situação de Rua
A declaração de Zema reacende o debate sobre como as autoridades públicas devem lidar com o crescente número de pessoas em situação de rua nas grandes cidades brasileiras. Enquanto organizações de direitos humanos e especialistas defendem abordagens baseadas em moradia digna, saúde mental e oportunidades de emprego, a fala do governador aponta para uma visão de “higienização social”, focada na remoção e criminalização da pobreza.
Até o momento, o governador não se manifestou publicamente sobre a repercussão de sua declaração.