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Voto de Fux no STF gera euforia na defesa de Bolsonaro e perplexidade entre ministros

Introdução

O início do voto do ministro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal provocou reações contrastantes nos bastidores da Corte. Enquanto a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou euforia com os argumentos apresentados, colegas de tribunal demonstraram surpresa e perplexidade diante do posicionamento do magistrado.

Desenvolvimento

A defesa de Bolsonaro interpretou as considerações iniciais de Fux como um sinal positivo para suas teses jurídicas. Os advogados do ex-presidente celebraram o entendimento do ministro sobre a possível incompetência do STF para julgar o caso, alimentando expectativas de anulação do processo. Na avaliação da equipe de defesa, Fux emerge como o único magistrado considerado “independente” na Primeira Turma do tribunal.

Essa percepção se baseia na análise que os advogados fazem da composição do colegiado. Segundo sua interpretação, o ministro Flávio Dino carregaria a marca de ex-integrantedo governo Lula, enquanto Cristiano Zanin teria em seu histórico a atuação como advogado de petistas. Já Alexandre de Moraes é visto como declarado opositor de Bolsonaro. Nesse contexto, apenas Fux escaparia desses rótulos políticos na visão da defesa.

Entretanto, a reação interna no STF seguiu direção oposta. O voto do ministro causou estranhamento entre seus pares, que questionaram a coerência do posicionamento. Nos corredores do tribunal, circula um questionamento fundamental: se o Supremo seria incompetente para julgar esse caso específico, por que o próprio Fux aceitou relatar e julgar centenas de processos envolvendo réus considerados “pequenos” nos eventos de 8 de janeiro?

Os ministros lembram que Fux integrou o colegiado que originalmente recebeu a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro e outros sete acusados. Na ocasião, o ministro acompanhou Moraes e Dino no julgamento que tornou os investigados réus por suposta tentativa de golpe de Estado. Essa trajetória processual anterior torna o atual posicionamento ainda mais surpreendente para muitos observadores internos.

Conclusão

O descompasso entre as percepções externas e internas revela a complexidade do caso. Enquanto a defesa de Bolsonaro enxerga no voto de Fux uma abertura para questionar a competência do tribunal, os próprios ministros demonstram ceticismo quanto à consistência jurídica desse argumento. O desenvolvimento do julgamento deverá esclarecer se o posicionamento inicial de Fux se manterá até o final ou sofrerá ajustes diante dos questionamentos levantados pelos colegas. A situação ilustra as nuances e tensões que permeiam processos de grande repercussão política no Supremo Tribunal Federal.

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