PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Venezuelanos relatam inferno vivido em megaprisão de El Salvador

Para os mais de 252 venezuelanos deportados em março pelo governo Trump para El Salvador, o inferno tem nome: Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), a megaprisão de segurança máxima construída pelo presidente Nayib Bukele, na qual denunciaram ter submetidos a torturas, espancamentos e violência sexual. Além dos maus-tratos, um relatório de 90 páginas publicado pela ONG Human Rights Watch atesta que metade deles não tinha antecedentes criminais, conforme argumentou o governo americano, que qualificou o grupo deportado como integrantes da gangue Tren de Aragua. Apenas 3% tinham sido condenados nos EUA por crimes violentos ou potencialmente violentos, de acordo com a HRW.

“O governo Trump foi cúmplice de tortura, desaparecimento forçado e outras graves violações dos direitos humanos e deveria parar de enviar pessoas para El Salvador e qualquer outro país onde corram o risco de serem torturadas”, denuncia a diretora para as Américas da HRW, Juanita Goebertus. Em parceria com a ONG salvadorenha Cristosal, que monitora as violações de direitos humanos, a HRW entrevistou 40 venezuelanos que foram levados para a megaprisão e 150 parentes e advogados de presos. O resultado é um retrato aterrorizante que compõe o relatório “Eles chegaram o inferno: Tortura e abusos contra venezuelanos no Centro de Detenção para Terroristas de El Salvador”.

A classificação de inferno para designar o Cecot foi descrita pelo próprio diretor da prisão, ao receber os deportados venezuelanos, contou um deles, denominado como Gonzalo. Eles ficaram incomunicáveis por quatro meses, até 18 de julho, quando foram enviados para a Venezuela, numa troca de prisioneiros entre El Salvador e o regime de Nicolás Maduro. “Os guardas me batiam muito, no corredor do módulo e na cela de castigo.

Eles nos batiam quase todos os dias”, relatou Gonzalo. Três dos detentos ouvidos pelas ONGs disseram ter sido vítimas de violência sexual. Um deles contou que foi abusado sexualmente por quatro guardas e forçado a praticar sexo oral.

Leia mais

PUBLICIDADE