Introdução
O uso de sinalizadores em shows e eventos de grande porte reacendeu debates após as cenas registradas durante o festival The Town, em São Paulo. A prática, embora proibida por lei, persiste como elemento controverso que divide opiniões entre a busca por experiências memoráveis e a imperativa necessidade de segurança coletiva.
Desenvolvimento
Aspectos culturais e emocionais Os sinalizadores são defendidos por parcela do público como símbolos de união e catarse, capazes de transformar eventos em experiências viscerais e memoráveis. Suas luzes coloridas e cortinas de fumaça criam um impacto visual que amplia a sensação de coletividade, contrastando com a atmosfera controlada de eventos modernos. Para alguns entusiastas, representam um componente de espontaneidade que remete à autenticidade de eventos “raiz”, em oposição ao caráter esterilizado de arenas superproduzidas.
Riscos e implicações de segurança Do outro lado da discussão, prevalecem preocupações tangíveis com a segurança pública. Os sinalizadores são dispositivos pirotécnicos que apresentam alto risco de queimaduras, acidentes graves e incêndios. A fumaça tóxica produzida pode causar intoxicação e afetar severamente a respiração de pessoas próximas, principalmente em ambientes fechados ou sem ventilação adequada. O manuseio irregular transforma esses artefatos em armas letais, colocando em risco não apenas quem os utiliza, mas toda a multidão ao redor.
Marco legal e medidas preventivas A legislação brasileira proíbe expressamente o uso de sinalizadores em eventos esportivos e musicais, com previsão de punições para infratores. Festivais como The Town implementam protocolos rigorosos para conter a entrada desses artefatos, incluindo revistas e sistemas de vigilância. A discussão técnica aponta que, em vez da proibição pura, seria mais eficaz educar sobre práticas mais seguras, embora o risco inerente aos materiais pirotécnicos mantenha a proibição como medida mais segura.
Conclusão
O dilema entre a emoção proporcionada pelos sinalizadores e os riscos que representam reflete um conflito maior entre expressão cultural e segurança pública. Enquanto o aspecto visual e emocional conquista adeptos, as implicações de segurança mantêm a prática proibida por lei. O equilíbrio entre experiência coletiva e proteção do público continua sendo um desafio complexo para promotores de eventos, autoridades e o próprio público, que deve ponderar entre o momento efêmero de euforia e as consequências permanentes que acidentes podem causar.