Diante da iminência da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (15), o envio de uma missão parlamentar urgente aos EUA. A viagem, inicialmente prevista para setembro, foi adiantada com o objetivo de articular esforços e tentar reverter a taxação prometida por Donald Trump, que está prevista para começar a valer em 1º de agosto.
A iniciativa, aprovada por unanimidade, demonstra a preocupação crescente do Congresso Nacional com os impactos do “tarifaço” na economia brasileira. Parlamentares avaliam que a missão se traduz em uma resposta institucional do Legislativo às medidas protecionistas americanas, buscando somar-se aos esforços já em curso do setor produtivo e da diplomacia brasileira.
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), que lidera a comissão, destacou a importância do diálogo direto entre os legisladores dos dois países. “O comércio internacional não pode ser campo de batalha ideológica. Precisamos de pontes, não de muros”, afirmou Trad, ressaltando que a interlocução deve evitar o agravamento da crise.
A decisão de adiantar a missão foi, inclusive, sugerida pelo encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar. A expectativa é que os senadores brasileiros dialoguem com seus pares no Congresso americano, buscando esclarecer a situação e encontrar soluções diplomáticas e comerciais que protejam as exportações brasileiras.
Setores como o agronegócio e a indústria de base, incluindo aço e alumínio, são os mais vulneráveis à taxação de 50%. Produtores de pescado e cítricos, por exemplo, já começam a sentir os primeiros impactos, com cancelamento de compras. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras entidades têm manifestado forte preocupação com a medida.
Apesar de o Ministério da Fazenda prever um impacto “pouco significativo” no PIB de 2025 devido à diversificação das exportações brasileiras, a urgência da missão parlamentar reflete o temor de prejuízos a setores específicos e a necessidade de preservar uma relação comercial importante com os EUA.