Um secretário do governo de Donald Trump confirmou hoje que as tarifas impostas pelo presidente americano sobre produtos brasileiros começarão a valer em 1º de agosto, sem qualquer possibilidade de prorrogação. A declaração, que elimina as últimas esperanças de um adiamento, intensifica a crise comercial entre Brasil e Estados Unidos e coloca pressão ainda maior sobre as negociações.
A confirmação da data pelo secretário de Trump reforça a postura irredutível da administração americana em relação ao “tarifaço”, que prevê uma taxação de 50% sobre alguns produtos brasileiros. Essa política “América Primeiro” tem sido defendida por figuras como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que já havia dito à CNN que Trump “não vai recuar”.
A notícia é um duro golpe para os esforços diplomáticos do Brasil, que tem defendido um trabalho de “bastidor” para negociar a questão e ainda esperava excluir setores da taxação. O Senado Federal, inclusive, adiantou uma missão aos EUA na tentativa de barrar as tarifas. O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, chegou a cobrar que o presidente Lula ligasse diretamente para Trump para tentar resolver o impasse.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já havia expressado a gravidade da situação ao citar a possibilidade de uma “3ª Guerra Mundial” ao falar sobre tarifas. A efetivação do “tarifaço” a partir de 1º de agosto marca uma nova fase na relação entre os dois países, com impactos econômicos reais que, embora o Ministério da Fazenda preveja como “pouco significativos” no PIB, já preocupam setores como o agronegócio, conforme admitido pelo governador Ronaldo Caiado (Goiás).