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Revolta da Geração Z mergulha Nepal em crise histórica

Introdução

O Nepal foi palco de uma explosão social sem precedentes nos dias 8 e 9 de junho, quando a chamada Geração Z liderou uma revolta fulminante contra o governo. O movimento, caracterizado por intensa violência e confrontos, representou o ápice de meses de insatisfação acumulada entre os jovens nepaleses, culminando em cenas de caos generalizado na capital Katmandu.

Desenvolvimento

As manifestações tomaram proporções históricas com a queima de prédios governamentais e residências de ministros, enquanto autoridades foram fisicamente agredidas e arrastadas por multidões enfurecidas. O estopim imediato foi o bloqueio de redes sociais ordenado pelo governo, medida interpretada como censura e que serviu como gota d’água para a população já saturada.

A desigualdade social crônica emerge como raiz principal do conflito. Dados do Banco Mundial revelam que os 10% mais ricos da população nepalesa possuem renda superior ao triplo da dos 40% mais pobres. Com um em cada cinco cidadãos vivendo abaixo da linha da pobreza e 22% dos jovens entre 15 e 24 anos desempregados, o Nepal integra a lista das 44 nações menos desenvolvidas according to a ONU.

Os protestos foram precedidos por três meses de campanha digital organizada por jovens ativistas como Gaurav Nepune, que buscavam expor o contraste entre a ostentação da elite política e a realidade da população comum. Nas redes sociais, usuários compartilharam imagens de filhos de políticos exibindo luxo extravagante, enquanto jovens de famílias pobres são forçados a emigrar para sustentar parentes.

Escândalos de corrupção e impunidade sistêmica alimentaram ainda mais a revolta, com casos de desvio de recursos públicos beneficiando políticos enquanto serviços básicos permanecem precários. A percepção de que a classe governante vive em realidade paralela, alheia ao sofrimento da população, criou um caldeirão de frustrações que finalmente transbordou nas ruas.

Conclusão

A revolta nepalesa representa um marco na politização da Geração Z em contextos de extrema desigualdade. Mais do que um protesto pontual, o movimento evidencia o esgotamento de um modelo social que marginaliza a juventude e perpetua privilégios de uma minoria. As imagens históricas de Katmandu em chamas servem como alerta global sobre as consequências da desconexão entre governantes e governados, especialmente em nações com profundas assimetrias sociais. O desafio agora será canalizar essa energia revolucionária para transformações estruturais que abordem as causas profundas do mal-estar social.

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