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Reunião da CBF com clubes expõe divisão sobre arbitragem no futebol brasileiro

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realiza na próxima segunda-feira (10) a primeira reunião oficial do novo Grupo de Trabalho de Arbitragem, criado para discutir propostas de modernização e profissionalização dos árbitros no país. O encontro, no entanto, já começa marcado pela divisão: nem todos os clubes das Séries A e B aceitaram participar da iniciativa.

Segundo comunicado divulgado pela entidade, 27 clubes confirmaram presença, sendo 16 da Série A e 11 da Série B. Outros 13 times convidados não responderam ao chamado ou optaram por não enviar representantes.

Quem participa

Entre os clubes da Série A que confirmaram presença estão: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Juventude, Mirassol, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vitória.

Na Série B, confirmaram América-MG, Athletic, Athletico-PR, Atlético-GO, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Ferroviária, Paysandu, Remo e Vila Nova.

Ausências chamam atenção

Entre os clubes que não constam na lista de confirmação da CBF estão Ceará, Fortaleza, Sport e Vasco da Gama (Série A), além de Amazonas, Avaí, Botafogo-SP, CRB, Cuiabá, Goiás, Novorizontino, Operário-PR e Volta Redonda (Série B).

Nos bastidores, dirigentes de alguns desses clubes apontam falta de clareza nas pautas e prazos de implementação das mudanças como motivo para a ausência. Outros preferiram aguardar os resultados das primeiras reuniões antes de aderir.

Pauta e objetivos

A criação do grupo de trabalho foi anunciada pela CBF em outubro, após uma série de reclamações sobre erros de arbitragem e falta de transparência no uso da tecnologia do VAR. O Grupo de Trabalho discutirá temas como:

Profissionalização e reciclagem dos árbitros;

Padronização dos critérios de análise de lances;

Ampliação do uso de tecnologia, incluindo o impedimento semiautomático;

Criação de um canal de diálogo permanente entre clubes, federações e a Comissão de Arbitragem.

O presidente da CBF, Samir Xaud, afirmou que o objetivo é “reunir clubes, federações e especialistas em torno de um mesmo propósito: fortalecer a credibilidade e a transparência do futebol brasileiro”.

Resistência e desconfiança

Apesar do discurso conciliador, parte dos clubes mantém ceticismo sobre a real eficácia do grupo. A ausência de times tradicionais, como Vasco e Fortaleza, reflete a resistência de dirigentes em relação à gestão da arbitragem no país e à falta de resultados concretos em iniciativas anteriores.

Fontes ligadas a clubes participantes afirmam que haverá cobrança por metas de curto prazo, como relatórios públicos de desempenho e auditorias independentes sobre decisões polêmicas.

Próximos passos

A reunião será realizada na sede da CBF, no Rio de Janeiro, e reunirá também representantes de 21 federações estaduais e especialistas internacionais convidados. O grupo deve apresentar um relatório com propostas em até 60 dias, com expectativa de que algumas mudanças possam ser testadas já no Campeonato Brasileiro de 2026.

O encontro é visto como um teste importante para a nova gestão da arbitragem no país e um sinal de como a CBF pretende lidar com um dos temas mais sensíveis do futebol brasileiro: a confiança nas decisões dentro de campo.

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