O Real Madrid anunciou no domingo (23), durante a Assembleia Geral de Sócios, um plano inédito para permitir a entrada de investidores externos no clube. A proposta, apresentada pelo presidente Florentino Pérez, representa a mudança estrutural mais significativa em mais de um século de história da instituição, tradicionalmente controlada exclusivamente por seus sócios.
Pérez explicou que o clube pretende criar uma empresa subsidiária destinada a receber investimentos privados, preservando o atual modelo de propriedade. A participação oferecida a investidores deve ser minoritária, estimada entre 5% e 10% e sem risco de interferência na gestão esportiva. O dirigente afirmou que o objetivo é “preservar e aumentar o valor do Real Madrid” diante de um cenário global em que rivais contam com grandes fundos de investimento e estruturas financeiras robustas.
A medida amplia estratégias já adotadas pelo clube nos últimos anos. Em 2022, o Real Madrid firmou parceria com a empresa americana Sixth Street, que injetou € 360 milhões (aproximadamente R$1,83 bilhão de reais) em negócios vinculados ao remodelado Estádio Santiago Bernabéu. Agora, o clube pretende expandir esse modelo, mas sem transformar sua estrutura em uma sociedade anônima esportiva.
A proposta ainda será levada a uma assembleia extraordinária, onde os sócios votarão a mudança estatutária necessária para a criação da subsidiária. A previsão é que a votação ocorra no início de 2026.
O anúncio gerou reações diversas entre os sócios: enquanto parte vê a chegada de capital externo como essencial para manter a competitividade global, outra demonstra preocupação com o impacto de investidores no futuro da instituição. O Real Madrid reforça que o controle seguirá nas mãos dos sócios, um dos pilares históricos do clube.
