O Brasil começa nesta quinta-feira (20) uma das datas mais simbólicas do calendário nacional: o Dia da Consciência Negra. Em várias capitais, grandes eventos, festivais, marchas e apresentações artísticas devem mobilizar milhares de pessoas ao longo do dia. Neste ano, a programação inclui shows de artistas de projeção nacional, feiras culturais, homenagens históricas e ações oficiais voltadas para fortalecer o debate sobre igualdade racial.
Em Brasília, ocorre um dos maiores eventos do país: o festival no Museu Nacional da República, que se estende até sábado (22). A programação reúne feira afro, oficinas de tranças, debates e shows ao ar livre. A Arena Lydia Garcia recebe, nesta noite, apresentações de Alexandre Pires e Ludmilla, que integram a lista de atrações gratuitas do evento considerado o principal ponto de celebração da data na capital federal.
Em São Paulo, duas grandes iniciativas concentram a mobilização: a 8ª Virada da Consciência, promovida pela Universidade Zumbi dos Palmares, e a 5ª Expo Internacional da Consciência Negra, realizada no Centro Cultural São Paulo. As atividades incluem debates, apresentações musicais, rodas de conversa, feiras temáticas e eventos dedicados ao afrofuturismo, tema da edição deste ano. Ambas as programações devem atrair grande público, com ações espalhadas por diferentes pontos da capital.
No Rio de Janeiro, a agenda tem início com a tradicional lavagem simbólica do Monumento a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas. O Cais do Valongo, reconhecido como patrimônio histórico por sua ligação direta com a diáspora africana, recebe rodas de capoeira, cortejos e apresentações culturais durante todo o dia. À tarde, o Circo Voador promove o festival “Negro é Lindo”, seguido de um show especial inspirado na obra de Stevie Wonder, com a cantora Kynnie.
Em Salvador, a data ganha grande dimensão cultural, com cortejos, apresentações de blocos afros e atividades educativas em terreiros e centros culturais. O Pelourinho centraliza parte dos eventos programados, incluindo shows, oficinas e debates sobre a resistência negra, reunindo movimentos tradicionais que são referência nacional.
No Sul do país, o Rio Grande do Sul realiza o Circuito Novembro Negro, que envolve mais de 20 atividades organizadas pela Secretaria de Cultura do estado. As ações estão distribuídas em museus, espaços culturais e unidades educativas, com destaque para debates, exposições e rodas de conversa sobre a trajetória e a contribuição da população negra.
Além dos eventos nas ruas e espaços culturais, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) dedica parte da sua grade ao tema, com programação especial na TV Brasil, Rádio MEC e Rádio Nacional. A cobertura inclui reportagens, músicas, entrevistas e debates voltados à valorização da cultura negra.
Ao longo do dia, mais atos, manifestações e celebrações devem ocorrer em várias regiões do país, consolidando o 20 de novembro como um dos principais marcos anuais de reflexão, memória e mobilização contra o racismo no Brasil.