A oposição brasileira tem levantado críticas à atuação do governo federal no caso de Juliana Marins, a jovem brasileira que faleceu após uma queda em um vulcão na Indonésia. A principal queixa é a suposta omissão e lentidão das autoridades brasileiras no resgate e translado de Juliana, contrastando com o apoio rápido e efetivo concedido à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, que recebeu asilo diplomático no Brasil.
O Paralelo Traçado pela Oposição
A comparação tem sido feita por membros da oposição, como o senador Magno Malta (PL-ES), que argumentam que o Itamaraty não demonstrou a mesma eficiência e proatividade em ambos os casos.
- Caso Juliana Marins: Juliana, uma publicitária brasileira de 26 anos, caiu em uma ribanceira no Monte Rinjani, Indonésia, e permaneceu sem água, comida ou abrigo por quase quatro dias antes de ser encontrada sem vida. A família e parte da opinião pública criticaram a lentidão da operação de resgate e a falta de apoio mais contundente do governo brasileiro, inclusive para o custeio do translado do corpo.
- Asilo de Nadine Heredia: Em abril de 2025, a ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, recebeu asilo diplomático do governo brasileiro. Heredia havia sido condenada por lavagem de dinheiro no Peru, em um caso ligado à Odebrecht. A concessão do asilo foi rápida, e ela chegou ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
A oposição aponta essa diferença de tratamento como um sinal de que o governo priorizaria certas situações em detrimento de outras, especialmente quando se trata de cidadãos comuns em necessidade.
As Alegações da Oposição
Senadores e deputados de oposição têm utilizado o caso de Juliana Marins para questionar a política externa e a capacidade de resposta do governo em situações de emergência envolvendo brasileiros no exterior. Eles alegam que:
- Houve omissão das autoridades brasileiras em garantir um resgate mais ágil para Juliana.
- A assistência para o translado do corpo da jovem não foi prontamente oferecida, dependendo de iniciativas privadas ou vaquinhas.
- O contraste com o caso de Nadine Heredia evidenciaria uma dupla moral ou priorização de interesses políticos em detrimento da vida de um cidadão comum.
Contexto e Debate
O caso de Nadine Heredia gerou controvérsia à época, com questionamentos sobre a concessão de asilo a uma pessoa condenada por crimes de corrupção. A justificativa do governo brasileiro para o asilo se baseou na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, alegando perseguição política.
Por outro lado, o Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores têm defendido que atuaram dentro de suas possibilidades e protocolos no caso de Juliana Marins, em coordenação com as autoridades indonésias, e que o resgate em condições extremas de um terreno vulcânico apresenta desafios logísticos e operacionais significativos.
A comparação entre os dois casos pela oposição visa, portanto, expor o que consideram ser uma inconsistência na atuação do governo, alimentando o debate político sobre a prioridade e a eficiência da diplomacia brasileira.