O “tarifaço” imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros, que entrou em vigor em 1º de agosto, tem gerado preocupações em diversos setores da economia. Embora o futebol não seja diretamente alvo das tarifas, especialistas e analistas do mercado financeiro já discutem como as medidas protecionistas podem impactar o esporte, que movimenta bilhões de reais e possui fortes laços com a economia global.
Possíveis Impactos Indiretos no Futebol Brasileiro
- Redução de Patrocínios e Receitas: Empresas do agronegócio e da indústria que exportam para os Estados Unidos são as mais afetadas pelo aumento de 50% das tarifas. Com a queda das exportações e a redução de receitas, essas companhias podem revisar seus orçamentos de marketing, o que pode levar a uma diminuição dos investimentos em patrocínios de clubes de futebol.
- Valor de Mercado dos Atletas: A desvalorização da moeda brasileira diante do dólar, que pode ser intensificada pela crise comercial, impacta diretamente o valor de mercado de jogadores brasileiros. Em negociações de transferências, os clubes podem ter que aceitar valores mais baixos em moeda estrangeira para fechar vendas. Por outro lado, para trazer reforços do exterior, os clubes brasileiros precisariam desembolsar mais dinheiro em reais, o que pode frear as contratações.
- Investimento Internacional: A incerteza econômica gerada pelas tarifas pode esfriar o apetite de investidores estrangeiros pelo futebol brasileiro. O cenário pode afetar a busca por parceiros que injetam capital nos clubes, principalmente aqueles que buscam se tornar Sociedades Anônimas do Futebol (SAF).
- Custo de Materiais e Tecnologia: Embora não seja um impacto direto, materiais esportivos importados, tecnologias usadas em arenas, e outros insumos podem ter seus preços reajustados, elevando os custos operacionais dos clubes.
A crise diplomática e a postura de Lula pedindo que Trump reflita sobre a importância do Brasil, bem como a declaração de Gleisi Hoffmann citando “3ª Guerra Mundial” ao falar sobre tarifas, mostram a gravidade do cenário. O governo brasileiro tem defendido um trabalho de “bastidor” para negociar a questão, mas a efetivação das tarifas pode ter ramificações em toda a economia, incluindo o futebol.