A UEFA está preparando uma revolução na forma de vender os direitos de transmissão das competições europeias de clubes, e a Netflix está entre os nomes sondados para fazer parte desse novo cenário. A informação é do jornalista Martin Ziegler, do The Times, que revela que a partir da temporada 2027–28 a UEFA poderá oferecer pacotes globais de transmissão, uma estratégia para atrair gigantes do streaming.
Além da Netflix, outras plataformas estão no radar da UEFA, como Amazon Prime Video, Apple TV+, Disney+, Paramount+ e DAZN, que já atuam em transmissões esportivas em mercados regionais. O novo modelo permitirá que essas empresas façam ofertas combinadas para múltiplos países ou até para direitos exclusivos em todo o mundo, incluindo uma partida por rodada da Champions League com transmissão global.
A entidade também considera uma alternativa caso as ofertas comerciais fiquem abaixo do esperado: o lançamento de uma plataforma própria da UEFA, onde os jogos seriam transmitidos diretamente ao torcedor, sem intermediários, semelhante ao modelo da NFL com o NFL+ ou da NBA com o League Pass.
A UEFA, por meio da nova entidade comercial UC3 (criada com os clubes), estuda contratos mais longos, de até seis anos e espera aumentar a receita anual com direitos de mídia, passando dos atuais € 4,4 bilhões para mais de € 5 bilhões. As mudanças se aplicariam à Champions League, Europa League e Conference League.
Esse movimento representa uma tentativa de modernizar o modelo de distribuição e alcançar públicos mais jovens, acostumados ao consumo digital. A Netflix, por exemplo, já realizou transmissões de eventos como NFL e lutas de boxe, mas nunca com um torneio esportivo recorrente como a Champions League.
Embora o potencial financeiro seja enorme, especialistas apontam riscos, como a concentração de direitos em poucas plataformas e o possível impacto na acessibilidade dos jogos para torcedores em mercados locais.
Com a entrada de novos players e um modelo de licenciamento mais agressivo, a UEFA tenta se posicionar como protagonista no futuro das transmissões esportivas globais e quem ganha (ou perde) com isso ainda está em jogo.