O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou nesta sexta-feira (5) um inquérito para avaliar a possibilidade de intervenção judicial no Sport Club Corinthians Paulista. A apuração atende ao pedido do promotor Cássio Roberto Conserino e foi encaminhada à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, responsável por medidas de natureza cível.
Segundo documentos apresentados pelo próprio promotor, 25 possíveis irregularidades sustentam o pedido. Entre elas estão suspeitas de uso indevido de cartões corporativos por ex-dirigentes, contratos considerados lesivos ao clube, desorganização administrativa e indícios de desvio de materiais esportivos fornecidos à instituição.
Principais pontos em investigação
O MP apura se ex-presidentes e gestores utilizaram cartões corporativos após o término de seus mandatos, além de possíveis inconsistências em contratos de prestação de serviços e licenciamento. A representação também cita falhas nos processos internos de controle e a ausência de documentos solicitados pelo órgão durante etapas anteriores da investigação.
O pedido de Conserino destaca que o Corinthians é uma entidade privada, mas de relevante interesse público, o que segundo ele, justificaria intervenção para preservação patrimonial e regularização da governança. O promotor, no entanto, não conduz o caso na esfera cível; por isso, o processo foi remetido à promotoria especializada, que decidirá sobre os próximos passos.
O que pode ocorrer
Caso a Justiça aceite o pedido, um interventor poderá ser nomeado para assumir temporariamente as decisões administrativas do clube. Isso incluiria auditorias internas, revisão de contratos e reorganização estrutural até que eventuais irregularidades sejam sanadas. A medida é considerada extrema e não há prazo para definição.
Clima interno e disputas políticas
A possibilidade de intervenção acontece em meio ao debate sobre mudanças estatutárias no Corinthians. Parte do Conselho Deliberativo defende que uma reforma pode solucionar problemas de governança, evitando uma medida judicial. O presidente do Conselho, Romeu Tuma Júnior, já classificou a intervenção como “equivocada” e voltou a afirmar que mudanças internas seriam suficientes.
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social deve analisar o pedido e decidir se abre ação civil para requerer formalmente a intervenção à Justiça. O clube ainda não se manifestou após a nova movimentação do MP.