O número de mortes por picadas de escorpião voltou a crescer no Brasil neste ano. Dados preliminares do Ministério da Saúde indicam 148 óbitos registrados até setembro de 2025, mantendo o país em estado de atenção diante do avanço dos acidentes escorpiônicos em áreas urbanas e rurais.
Segundo especialistas, o aumento reforça uma tendência observada nos últimos anos, marcada pela expansão desses aracnídeos em centros urbanos, agravada pela urbanização desordenada e pelo acúmulo de lixo, ambientes propícios para espécies altamente adaptáveis, como o Tityus serrulatus.
Estados concentram a maioria das ocorrências
Os dados mais recentes sobre acidentes apontam que alguns estados concentram a maior parte das notificações no país. Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde:
São Paulo lidera em número absoluto, com 48.655 casos;
Minas Gerais aparece em seguida, com 38.946 registros;
Bahia contabiliza 22.642 notificações;
Pernambuco, 15.258;
Alagoas, 11.890;
Ceará, 7.384;
Goiás, 7.283;
Paraíba, 7.158.
Além disso, o coeficiente de incidência mostra que Alagoas, Minas Gerais e Paraíba são os estados proporcionalmente mais afetados, com mais de 170 casos por 100 mil habitantes, um indicativo de impacto extremo mesmo em regiões com menor população.
Crianças entre as principais vítimas
Embora a maioria das picadas não evolua para quadros graves, as mortes são mais frequentes entre crianças, especialmente aquelas de até 9 anos, que têm menor resistência ao veneno. Em regiões afastadas, onde o acesso ao atendimento médico e ao soro antiescorpiônico é limitado, o risco de agravamento é ainda maior.
Desafios para o poder público
O Ministério da Saúde orienta que a prevenção é o principal caminho para reduzir acidentes. Entre as medidas recomendadas estão:
eliminação de entulhos e materiais acumulados;
vedação de ralos, portas e frestas;
cuidado especial em áreas com esgoto exposto;
busca imediata por atendimento médico após qualquer picada.
Os Municípios também são incentivados a reforçar ações de vigilância, ampliar campanhas educativas e garantir a distribuição adequada de soro, ainda desigual em algumas regiões do país.
Tendência preocupa autoridades
Com o crescimento constante das ocorrências e a confirmação de 148 mortes apenas nos nove primeiros meses do ano, sanitaristas avaliam que o escorpionismo deve continuar como um dos principais desafios de saúde pública ambiental no Brasil. A expectativa é que novos boletins atualizem os números ainda neste ano, mas a projeção inicial já acende um sinal de alerta para políticas mais eficazes de prevenção e controle.