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Morte de gari: Justiça manda BYD informar rota e autoriza acesso a WhatsApp de empresário

A Justiça determinou que a montadora Build Your Dreams (BYD) forneça detalhes sobre o trajeto percorrido pelo carro usado pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, na última segunda-feira (11/8). Na data, ocorreu o assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, crime no qual Renê é o principal suspeito.

A decisão, assinada pela juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, também determina que a operadora Claro libere os registros de chamadas telefônicas realizadas no mesmo dia. O período a ser analisado vai das 7h às 16h, incluindo rotas percorridas, comandos de voz, velocidade, registros de ligações e demais dados telemáticos do sistema de rastreamento do veículo. 

Além disso, foi autorizada a quebra do sigilo telefônico e telemático do celular apreendido com o investigado, permitindo acesso a mensagens trocadas por aplicativos como WhatsApp, e-mail e Messenger, conforme solicitado pela Polícia Civil. A juíza destacou que, embora o sigilo das comunicações seja um direito constitucional, ele pode ser relativizado quando necessário para a elucidação de crimes graves, como o homicídio.

O advogado Tiago Lenoir, que representa a família de Laudemir, comemorou a decisão. “Na prática, ela pediu para que a BYD informasse quais foram os caminhos percorridos, no período entre 7h e 16h, por esse carro, e também as ligações de voz, todas as informações constantes no veículo”, afirmou.

Segundo Lenoir, o escritório também pediu o bloqueio de bens e valores do investigado e de todos os envolvidos no caso. “Para reparar o mínimo para a família do Laudemir, sobretudo para a dona Irani, que é uma senhora que necessita demais, e para a filha dele, que é menor de idade”, completou.

Renê está preso no presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde terça-feira (14/8). A transferência para a unidade se deu após o suspeito passar por audiência de custódia, que terminou com a conversão da prisão em flagrante para preventiva.

Renê Júnior foi autuado por homicídio duplamente qualificado — por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima — e por ameaça contra a motorista do caminhão de coleta. Na decisão de manter Renê preso, o juiz Leonardo Damasceno destacou que o acusado já responde a processo por lesão corporal grave em São Paulo, o que indicaria “personalidade violenta e reiteração delitiva”.

Citadas pela reportagem, a BYD e a Claro foram procuradas. O texto será atualizado em caso de retorno.

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