Introdução
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro solicitou seu afastamento temporário da presidência do PL Mulher, movimento do Partido Liberal dedicado à participação política feminina. A decisão, comunicada oficialmente pela sigla, foi motivada por um quadro de alterações de saúde agravado por tensões recentes. Em decorrência, um evento com sua presença no Rio de Janeiro, previsto para o próximo sábado (13), foi adiado.
Desenvolvimento
Segundo nota divulgada pelo PL Mulher nas redes sociais, Michelle Bolsonaro já enfrentava problemas de saúde, que se intensificaram nos últimos meses. O comunicado atribuiu o agravamento ao estresse decorrente da prisão de seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e às “constantes injustiças feitas contra ela e sua família”, afirmando que sua imunidade foi afetada. A organização informou que o afastamento seguirá uma recomendação médica, por um prazo não divulgado, após o qual haverá uma reavaliação.
Este afastamento ocorre em um contexto de atritos internos no partido. Recentemente, Michelle causou desconforto em setores da legenda ao criticar publicamente uma articulação política para as eleições de 2026. Durante evento no Ceará, ela se posicionou contra uma possível aliança do PL com o ex-governador Ciro Gomes, então filiado ao PSDB, para a disputa ao Senado naquele estado.
A manifestação pública da ex-primeira-dama gerou reações negativas dentro da própria família Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) avaliou que Michelle “atropelou” o ex-presidente ao se pronunciar sobre o assunto, posição endossada por seus irmãos Carlos e Jair Renan Bolsonaro. Em resposta, Michelle declarou respeitar a opinião dos enteados, mas reafirmou seu direito de expressar seus pensamentos com liberdade.
“Aqueles que defendem essa aliança são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la”, afirmou ela na ocasião. Michelle também destacou que Jair Bolsonaro não havia manifestado a ela sua vontade sobre o tema, mantendo sua posição pessoal de discordância em relação à movimentação política conduzida por lideranças estaduais do partido, como o deputado André Fernandes (PL-CE).
Conclusão
O afastamento de Michelle Bolsonaro da liderança do PL Mulher representa uma pausa em suas atividades políticas formais no partido em um momento de evidentes tensões. A justificativa centrada na saúde coexiste com o cenário de divergências públicas sobre a estratégia eleitoral do PL para 2026. O episódio ilustra os desafios de coesão interna enfrentados pela sigla, que vê uma de suas principais figuras femininas se recolher temporariamente enquanto questões familiares e políticas permanecem em aberto.
