O Ministério da Educação (MEC) trabalha para que todas as escolas da educação básica do país contem com oferta de tempo integral até 2026. A meta foi reforçada em entrevista da secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt, à Rádioagência Nacional, e integra o conjunto de prioridades da pasta para os próximos anos.
Hoje, segundo o MEC, cerca de 90% das redes estaduais e municipais já aderiram ao programa, e o objetivo é chegar aos 100% de cobertura.
Jornada mínima e exigências do modelo
Pelas diretrizes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a escola só é considerada de tempo integral quando oferece ao menos 7 horas diárias em cinco dias da semana, totalizando 35 horas semanais.
A proposta, porém, vai além da ampliação do turno. O MEC reforça que educação integral implica um projeto pedagógico estruturado, com atividades diversificadas, espaços adequados para cultura, esporte e lazer, formação continuada de professores e integração com políticas sociais.
Prioridades para 2026
O avanço do ensino integral se soma a outras metas consideradas estratégicas pelo MEC, como:
Ampliar o acesso à internet nas escolas, alcançando 80% das unidades conectadas para uso pedagógico, hoje o índice está em torno de 64%.
Elevar o índice de alfabetização, com foco em crianças até o 3º ano do ensino fundamental.
Fortalecer o Programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro a estudantes do ensino médio.
Desafios para a universalização
A ampliação do tempo integral ainda enfrenta entraves estruturais. Em muitas regiões, faltam espaços adequados, quadras, laboratórios, alimentação suficiente para dois turnos e profissionais capacitados para atender à nova jornada.
A secretária Kátia Schweickardt destacou que o modelo precisa considerar “as realidades e riquezas de cada território”, evitando soluções padronizadas que não atendam às necessidades locais.
Perspectivas
Se atingir a meta em 2026, o MEC acredita que o país poderá avançar de forma significativa na redução das desigualdades educacionais. A aposta é que o tempo ampliado, aliado a atividades culturais, esportivas e de apoio socioemocional, melhore os índices de aprendizagem e aumente a permanência dos estudantes na escola.
A universalização, porém, dependerá da capacidade de estados e municípios de adequar infraestrutura, garantir financiamento contínuo e implementar projetos pedagógicos consistentes, fatores vistos como decisivos para que o tempo integral resulte em qualidade real e não apenas em mais horas dentro da escola.