O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. O cargo era ocupado por Márcio Macêdo, que deixa a função após quase dois anos no posto.
A escolha marca uma importante movimentação política no Palácio do Planalto. Boulos, que ganhou projeção nacional como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e candidato à Prefeitura de São Paulo, assume uma das pastas mais estratégicas do governo, responsável pela articulação com movimentos sociais, entidades civis e setores populares.
Em declaração após o anúncio, Boulos afirmou ter recebido de Lula “a missão de colocar o governo na rua”, reforçando o papel de diálogo direto com a sociedade. “O presidente quer um governo presente, que ouça as pessoas e esteja próximo das lutas do povo. Essa será a prioridade do nosso trabalho”, disse o novo ministro.
A nomeação é vista como um gesto de reaproximação entre o governo e os movimentos sociais, num momento em que o Planalto busca ampliar a base de apoio e fortalecer a comunicação com setores da esquerda. Analistas avaliam que a presença de Boulos no primeiro escalão de Lula também sinaliza uma tentativa de renovar a energia política do governo e de consolidar alianças com forças progressistas para o ciclo eleitoral de 2026.
Para o PSOL, a indicação representa um marco. O partido, que historicamente se posiciona de forma crítica, passa a ocupar um espaço de destaque no Executivo federal. Internamente, a decisão divide opiniões, mas é vista por aliados de Boulos como uma oportunidade de influenciar políticas públicas e ampliar o diálogo social.
Entre os principais desafios do novo ministro estão reaproximar o governo das bases populares, fortalecer canais de participação social e coordenar ações que deem maior visibilidade às pautas de moradia, urbanismo e inclusão social, temas centrais na trajetória política de Boulos.
Márcio Macêdo, que deixa o cargo, deve continuar colaborando com o governo em outra função ainda não anunciada. Lula agradeceu o trabalho do ex-ministro e destacou que a mudança faz parte de uma “renovação de energia” dentro do Planalto.