O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizou um momento inusitado nesta quinta-feira ao interromper a fala do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, durante um evento de retomada de obras e anúncios no Paraná. O episódio, que gerou risadas e surpresa na plateia, aconteceu enquanto Messias cumprimentava a ministra Gleisi Hoffmann (PT).
Lula foi ao púlpito e, pegando o microfone, explicou o motivo da interrupção com o bom humor característico: “Deixa só eu falar uma coisa aqui. É porque se o nosso apresentador, falei para o [Fernando] Igreja, se falar que é o advogado-geral Messias, ninguém sabe o que ele fez. Então, deixa eu dizer para vocês.”
Anúncio de Assentamentos e Críticas Indiretas
A interrupção de Lula tinha um propósito claro: anunciar a criação de novos assentamentos no estado, uma das pautas principais do evento, que contou com a presença de membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O presidente fez questão de destacar as ações do governo em relação à reforma agrária e à habitação.
Durante sua fala, o ministro Jorge Messias aproveitou para fazer críticas indiretas ao comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da Covid-19, em um momento que precedeu a interrupção de Lula. “Nenhum ministro deste governo acorda querendo fazer mal a ninguém ou querendo fornecer cloroquina quando estamos na pandemia da Covid-19”, declarou Messias, em uma referência clara ao período em que o governo anterior foi alvo de questionamentos sobre a gestão da crise sanitária que resultou em mais de 700 mil mortes no Brasil.
Contexto do Evento e Outras Pautas
O presidente Lula viajou ao Paraná para participar da oficialização da criação do Assentamento Maila Sabrina, localizado entre os municípios de Ortigueira e Faxinal. A agenda do presidente no estado incluiu a retomada das operações do Porto de Itajaí e o anúncio de novos programas sociais, como uma linha de crédito para reforma de moradias e um programa para diminuir a fila por consultas e exames no SUS.
O episódio da interrupção, embora descontraído, chamou a atenção para a dinâmica de comunicação do presidente e a forma como ele gosta de estar no controle dos anúncios e da narrativa dos eventos governamentais.
