A nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (9), revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou sua vantagem sobre todos os possíveis adversários na disputa presidencial de 2026. O levantamento ouviu 2.004 eleitores em todo o país entre os dias 2 e 5 de outubro, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Os resultados mostram que Lula venceria qualquer adversário em um eventual segundo turno, mantendo-se como o nome mais competitivo do cenário político nacional.
Lula lidera com folga no primeiro turno
No principal cenário testado, que inclui Lula, Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, Ciro Gomes e Romeu Zema, o petista aparece na liderança com 38% das intenções de voto.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda inelegível, aparece em segundo lugar com 25%.
Em seguida vêm Tarcísio de Freitas (Republicanos) com 11%, Ciro Gomes (PDT) com 8%, Michelle Bolsonaro (PL) com 6%, e Romeu Zema (Novo) com 4%.
Brancos e nulos somam 5%, e 3% não souberam ou não responderam.
O levantamento mostra que, mesmo após oscilações de popularidade nos últimos meses, Lula segue com uma vantagem de dois dígitos sobre seus principais adversários e mantém uma base sólida entre eleitores de baixa renda e das regiões Nordeste e Norte.
Lula venceria todos os adversários no segundo turno
Nos cenários de segundo turno, o presidente também leva vantagem sobre todos os nomes testados:
Lula 51% x 36% Bolsonaro
Lula 48% x 37% Tarcísio de Freitas
Lula 53% x 33% Michelle Bolsonaro
Lula 50% x 34% Romeu Zema
Em comparação à pesquisa anterior, divulgada em setembro, o petista ganhou entre dois e três pontos percentuais em todos os confrontos diretos, enquanto seus adversários oscilaram negativamente ou permaneceram estáveis.
Segundo o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, “os números mostram um cenário de estabilidade e consolidação da liderança de Lula, mas também indicam que a oposição ainda não encontrou um nome com apelo nacional fora do bolsonarismo”.
Aprovação do governo Lula sobe e rejeição recua
Além das intenções de voto, o levantamento também avaliou o desempenho do governo federal.
A aprovação do governo Lula subiu de 43% para 46%, enquanto a desaprovação caiu de 53% para 49%.
Essa é a melhor avaliação do governo desde junho, segundo a série histórica da Quaest.
Entre os que aprovam o governo, os principais motivos citados foram:
o aumento real do salário mínimo,
a redução do desemprego,
e o reforço nos programas sociais, como o Bolsa Família e o Pé-de-Meia.
Já entre os que desaprovam, prevalecem críticas à inflação dos alimentos, ao custo de vida e à falta de avanços na segurança pública.
A rejeição pessoal a Lula também teve queda: passou de 58% para 54%, o menor índice do ano.
Segundo o levantamento, o presidente recuperou parte do apoio entre eleitores independentes e jovens de 16 a 24 anos, público que vinha apresentando maior oscilação nos últimos meses.
Desafios da oposição e o impasse da direita
A pesquisa indica que a direita ainda enfrenta dificuldades para consolidar um nome de consenso.
Com Bolsonaro inelegível, Tarcísio de Freitas aparece como o mais competitivo entre os potenciais sucessores, mas ainda com alcance limitado fora do Sudeste.
Michelle Bolsonaro, testada como alternativa simbólica ao bolsonarismo, mostra desempenho modesto e alto índice de rejeição entre eleitores indecisos.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, mantém desempenho discreto, sem crescimento expressivo em nenhum estrato regional ou de renda.
Para os analistas, o quadro atual reforça a fragmentação da oposição e o peso da máquina federal no cenário eleitoral, embora a campanha ainda esteja distante e sujeita a mudanças econômicas e políticas.
O que diz a Quaest
De acordo com o diretor da Quaest, Felipe Nunes, o cenário é de “estabilidade política com leve recuperação do governo”.
Ele destacou que a melhora na percepção econômica e o aumento de ações sociais podem ter influenciado a reversão de parte da desaprovação registrada em agosto.
“Lula mantém uma liderança consolidada, mas o ambiente político ainda é volátil. Os adversários estão em busca de discurso e identidade, e isso abre espaço para novos movimentos até 2026”, avaliou Nunes.