O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira que não entregará a Presidência da República “de volta” para um “bando de maluco”. A forte declaração foi proferida durante um evento público em Brasília e é vista como uma clara referência ao seu antecessor, Jair Bolsonaro, e ao grupo político que o apoia.
A fala de Lula acontece em um momento de alta polarização política no país e em meio a uma série de debates acalorados. As investigações e os processos judiciais envolvendo Bolsonaro, as defesas públicas de governadores de direita e as tensões com os Estados Unidos por conta do “tarifaço” têm acirrado os ânimos no cenário nacional.
“Eu trabalhei muito para chegar aqui, e não vou entregar este país de volta para um bando de maluco que pensa que pode tudo. O Brasil voltou, e voltou para ficar no trilho da democracia e do desenvolvimento”, afirmou o presidente, com o tom elevado e aplaudido por sua base.
A declaração de Lula reforça a estratégia do governo de se contrapor diretamente à oposição, especialmente ao bolsonarismo, e de posicionar sua gestão como um retorno à “normalidade” após o período anterior. O uso da expressão “bando de maluco” é um recurso retórico que busca desqualificar e deslegitimar os adversários políticos, ao mesmo tempo em que consolida o apoio de seus eleitores.
Apesar da alta aprovação em pesquisas recentes, a eleição de 2026 já desponta com cenários de segundo turno apertados, como o revelado pela Quaest, que mostra Lula com 41% e Tarcísio de Freitas com 37%. Nesse contexto, a retórica do presidente visa galvanizar sua base e alertar sobre os riscos de um eventual retorno da direita ao poder.