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Los Angeles em Caos: Escalada de Protestos e Tensão Cresce com Desdobramentos da Invasão da Guarda Nacional por Ordem de Trump

A cidade de Los Angeles vive dias de intensa tensão e confrontos, à medida que protestos massivos contra as operações de imigração do governo federal se chocam com a presença da Guarda Nacional e fuzileiros navais, enviados por ordem direta do Presidente Donald Trump. A situação, que se agrava a cada dia desde sexta-feira (6 de junho de 2025), transformou as ruas da metrópole em um palco de disputa de poder entre a Casa Branca e as autoridades estaduais da Califórnia.

Tudo começou na última sexta-feira, quando agentes federais de imigração (ICE) intensificaram as batidas e prisões em áreas como o distrito da moda, estacionamentos de lojas e outras localidades com grande população imigrante. Em resposta, milhares de manifestantes, majoritariamente de comunidades latinas, saíram às ruas em protesto.

A Desobediência de Trump e a Militarização das Ruas

No sábado (7 de junho), o Presidente Donald Trump deu um passo sem precedentes em décadas ao ordenar a mobilização de 2.000 soldados da Guarda Nacional da Califórnia para Los Angeles, sem o pedido ou o consentimento do governador Gavin Newsom. Trump invocou uma rara disposição legal (Título 10 da legislação americana, “Insurrection Act”), alegando que os protestos constituíam uma “forma de rebelião contra a autoridade do Governo dos Estados Unidos”.

A escalada continuou na segunda-feira (9 de junho), quando o Pentágono anunciou o envio de mais 700 fuzileiros navais para a cidade, além de dobrar o efetivo da Guarda Nacional para 4.000 soldados. Segundo autoridades federais, as tropas visam “proteger propriedades e pessoal federal”, incluindo agentes de imigração.

Confrontos, Vandalismo e o Alerta das Autoridades Locais

Desde o início dos protestos, os confrontos têm sido diários. Manifestantes bloquearam importantes vias, como a Freeway 101, e houve relatos de vandalismo e depredação, incluindo um caso de incêndio em carros autônomos. A polícia de Los Angeles (LAPD), a Guarda Nacional e agentes do Departamento de Segurança Interna (DHS) têm utilizado gás lacrimogêneo, balas de borracha, spray de pimenta e granadas de efeito moral para dispersar as multidões. Em contrapartida, manifestantes têm arremessado objetos como pedras e pedaços de cimento contra as forças de segurança.

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, que declarou um toque de recolher parcial no centro da cidade após incidentes de saques e vandalismo na segunda-feira, criticou veementemente a ação de Trump. “O que estamos vendo em Los Angeles é o caos provocado pela administração. Trata-se de outra agenda, não de segurança pública”, afirmou Bass.

O Gabinete do Procurador Distrital de Los Angeles já anunciou que começará a usar redes sociais para identificar e processar manifestantes que cometeram atos de violência ou vandalismo. Mais de 250 pessoas, entre manifestantes e imigrantes detidos, foram presas até o momento, e há relatos de feridos entre civis, jornalistas e policiais.

A Queda de Braço Política e Legal

O governador Gavin Newsom, em um movimento de forte oposição, classificou a decisão de Trump como uma “grave violação da soberania estadual”, “prematura”, “inflamatória” e com fins “políticos”. A Califórnia entrou com uma ação judicial de emergência na segunda-feira para tentar bloquear a mobilização das tropas federais, com uma audiência marcada para quinta-feira (12 de junho).

Trump, por sua vez, defendeu suas ações com declarações contundentes, afirmando que Los Angeles estaria “queimando até o chão” se ele não tivesse enviado as tropas. Ele chegou a comparar os protestos a uma “invasão” e a uma “anarquia de Terceiro Mundo”, insinuando que os manifestantes estariam sendo “financiados por alguém”.

A crise em Los Angeles destaca a polarização política nos Estados Unidos e as tensões entre o governo federal e os estados, especialmente em questões sensíveis como imigração e controle de protestos civis. Com a presença militar reforçada e a persistência das manifestações, a cidade californiana permanece sob um clima de incerteza e confrontação.

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