O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (RJ), pediu uma reação contundente da Casa após a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A solicitação de Côrtes intensifica a pressão sobre o Legislativo e coloca a pauta da defesa das prerrogativas parlamentares no centro do debate, em um cenário já polarizado.
A prisão de Carla Zambelli ocorreu nesta quarta-feira, e a deputada já anunciou que irá pedir asilo político à Itália. A defesa da parlamentar argumenta que ela se considera alvo de perseguição política, buscando proteção internacional diante de seu cenário jurídico no Brasil.
A manifestação do líder do PL na Câmara reflete a indignação do partido e de parlamentares aliados a Jair Bolsonaro com a detenção da deputada. O próprio ex-presidente tem acusado o ministro Alexandre de Moraes de “comandar o Brasil” e de estar por trás de uma “perseguição” política, reiterando que os processos contra ele visam tirá-lo da política. Seu filho, Eduardo Bolsonaro, também é alvo de investigações e já afirmou que o objetivo de seu grupo é “tirar da Corte” o ministro Moraes. A Polícia Federal, inclusive, avalia medidas contra Eduardo Bolsonaro por suspeita de tentativa de extorsão à Justiça.
O pedido de reação de Altineu Côrtes pode significar a busca por posicionamentos formais da Câmara, como notas de repúdio, ou até mesmo a intensificação de debates sobre temas como a atuação do Judiciário e a liberdade de expressão de parlamentares. A decisão do presidente da Câmara em exercício, Hugo Motta (Republicanos-PB), de proibir reuniões de comissões, já havia gerado críticas e derrubado uma investida da oposição em apoio a Bolsonaro.
A situação de Carla Zambelli adiciona mais um elemento de atrito entre o Legislativo e o Judiciário, e a cobrança do líder do PL tende a acirrar ainda mais os ânimos no Congresso.
