O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro absolveu, em primeira instância, sete réus envolvidos no incêndio ocorrido no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em fevereiro de 2019. A tragédia resultou na morte de dez jovens atletas das categorias de base do clube.
A decisão, assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, considerou que não havia provas suficientes para sustentar a condenação dos acusados. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) já anunciou que recorrerá da sentença.
Réus absolvidos
Foram absolvidos:
Antônio Márcio Mongelli Garotti (ex-diretor financeiro do Flamengo)
Marcelo Maia de Sá (ex-diretor adjunto de patrimônio)
Edson Colman da Silva (sócio da Colman Refrigeração)
Cláudia Pereira Rodrigues (responsável pelos contratos da empresa NHJ)
Danilo da Silva Duarte (engenheiro responsável pelas instalações técnicas dos contêineres)
Fábio Hilário da Silva (engenheiro responsável pelas instalações técnicas dos contêineres)
Weslley Gimenes (engenheiro responsável pelas instalações técnicas dos contêineres)
A absolvição se baseou na alegação de que as denúncias não se alinhavam às funções desempenhadas por cada réu e não havia provas suficientes que justificassem a condenação.
Repercussão
A decisão gerou indignação entre familiares das vítimas e na sociedade. A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) divulgou nota classificando a sentença como uma “grave afronta à memória das vítimas” e reafirmou que continuará lutando por justiça.
O incêndio
Na madrugada de 8 de fevereiro de 2019, um incêndio atingiu o alojamento das categorias de base do Flamengo em Vargem Grande, Rio de Janeiro. O fogo começou devido a uma falha em um aparelho de ar-condicionado e se alastrou rapidamente pelo revestimento inflamável dos contêineres onde os jovens dormiam. Dez adolescentes morreram e três ficaram feridos. Na época, o local não possuía alvará para funcionar como alojamento.