O Itamaraty enviou uma carta à renomada revista britânica The Economist para rebater duras críticas feitas pela publicação à autoridade moral e à influência internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A revista havia afirmado que Lula estaria perdendo influência ao não se alinhar a potências ocidentais e adotar uma “política externa incoerente”.
A Crítica da The Economist
Em um artigo recente, a The Economist apontou que Lula estaria com influência em declínio no exterior e impopularidade em casa. A revista criticou a postura do presidente brasileiro em sua política externa, especialmente ao condenar os ataques dos Estados Unidos a complexos nucleares no Irã e ao se aproximar de países como a China em detrimento de relações mais fortes com os EUA. A publicação sugeriu uma falta de “coerência” e de alinhamento com os valores ocidentais.
A Resposta do Itamaraty
Em sua carta de resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil defendeu veementemente a posição de Lula, afirmando que a “autoridade moral do presidente Lula é indiscutível”. O Itamaraty argumentou que, para “humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível.”
A nota enviada pelo Itamaraty também destacou que “sob a liderança de Lula, o Brasil tornou-se um raro exemplo de solidez institucional e de defesa da democracia“, além de ser um “parceiro confiável que respeita as regras multilaterais”. A defesa do governo brasileiro busca contextualizar as ações de Lula na política externa como parte de uma abordagem que prioriza a autonomia e a construção de pontes, e não o alinhamento automático a um bloco específico.
O Contexto do Debate
A troca de farpas entre o Itamaraty e a The Economist reflete a crescente complexidade das relações internacionais e a percepção de diferentes atores globais sobre o papel do Brasil no cenário mundial. A defesa enfática do governo brasileiro visa proteger a imagem do presidente e do país, especialmente diante de críticas que questionam sua capacidade de liderança e sua relevância diplomática.
Essa disputa também se soma a outros debates internos, como a queda de popularidade de Lula nas pesquisas e as tensões políticas com o Congresso, que a The Economist também mencionou em sua reportagem.