Introdução
A Corte de Apelações de Roma adiou, nesta quinta-feira (4), mais uma vez a audiência que decidirá sobre a extradição da deputada federal Carla Zambelli para o Brasil. O novo adiamento ocorreu após a defesa apresentar documentos considerados favoráveis à parlamentar, que está presa na capital italiana desde julho. Uma nova sessão foi marcada para o dia 18 de dezembro.
Desenvolvimento
O advogado de Zambelli na Itália, Alessandro Sammarco, explicou que o adiamento se deu para que o advogado de acusação, Alessandro Silveri, representante da Advocacia-Geral da União (AGU), possa analisar a nova documentação e, se for o caso, contestá-la. A Promotoria italiana também tem até a próxima quarta-feira (10) para apresentar seus argumentos contra a aceitação desses documentos pela corte.
Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e fugiu para a Itália após a decisão, sendo considerada foragida da Justiça brasileira. A audiência desta quinta-feira seria a primeira dentro do processo de extradição propriamente dito.
Anteriormente, a parlamentar, que possui cidadania italiana, já havia comparecido a audiências em Roma relacionadas a um pedido de sua defesa para aguardar em liberdade a decisão sobre a extradição. A Justiça italiana, no entanto, decidiu mantê-la presa durante o trâmite do processo, por entender existir risco de fuga.
O início do julgamento sobre a extradição estava inicialmente previsto para 27 de novembro, mas também foi adiado na ocasião devido a uma greve local de advogados, à qual a equipe de defesa de Zambelli aderiu. A deputada deixou o Brasil em maio, passou pelos Estados Unidos e estabeleceu-se na Itália antes de ser presa.
Conclusão
Após sua prisão, Carla Zambelli manifestou o desejo de ser julgada pela Justiça italiana, afirmando que irá provar não ter envolvimento na invasão ao sistema do CNJ. O caso segue agora para a próxima etapa processual em meados de dezembro, quando a corte romana voltará a se debruçar sobre o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.
A situação mantém a parlamentar sob custódia enquanto aguarda a definição de seu futuro jurídico, em um processo que tem atraído atenção tanto no Brasil quanto na Itália. A decisão final sobre sua extradição dependerá da análise dos novos documentos e dos argumentos das partes envolvidas.