Na noite de quarta-feira (27), a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem foi obstruída devido à introdução excessiva de inovações e à resistência de partidos do Centrão. O acordo entre os parlamentares era para retomar o texto original da Constituição de 1988, que estabelece a necessidade de aprovação parlamentar para iniciar processos contra deputados e senadores.
No entanto, alguns líderes partidários consideraram adicionar ao texto a necessidade de aprovação para o início de uma investigação, bem como um quórum mínimo para julgamentos no Supremo Tribunal Federal. Sem consenso, a chamada PEC da Blindagem não foi votada.
Pressão para Ampliação do Processo
Fontes revelaram que o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o atual segundo vice-presidente da Casa, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), estavam por trás da pressão para expandir o processo para incluir investigações. Segundo relatos, ambos teriam feito chamadas para líderes partidários pressionando pela expansão do escopo da proposta.
A situação atingiu um nível de tensão tal que o relator do texto, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), ameaçou renunciar à relatoria. Questionou quem seria responsável pela redação final, mas não obteve resposta.
Críticas nos Bastidores
Andrada, que havia dialogado com ministros do Supremo sobre os termos do texto, tem enfrentado críticas nos bastidores de líderes do Centrão, que o veem como subserviente ao judiciário. Partidos do Centrão, incluindo o PSD e o MDB, tentaram nas últimas semanas convencer outras siglas de centro e de cúpula a reconsiderar partes da proposta.