O governo Trump passará a focar mais na América Latina e fará um realinhamento militar focado na região, transferindo a responsabilidade para aliados em outros lugares do mundo. A ação está delineada na nova Estratégia de Segurança Nacional, que norteia a política externa, publicada pela Casa Branca nesta sexta-feira (5). O documento expõe de modo veemente o objetivo de reforçar a influência dos EUA na América Latina e reduzir ao máximo a presença de países não-ocidentais, como a China.
O governo Trump passará a focar mais na América Latina e irá se afastar de seu papel global, transferindo responsabilidades para aliados, segundo a nova estratégia de política externa publicada pela Casa Branca nesta sexta-feira (5). A estratégia prometeu um “reajuste de nossa presença militar global para enfrentar ameaças urgentes em nosso Hemisfério, afastando-nos de teatros cuja relevância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nas últimas décadas ou anos”. A publicação da nova estratégia de política externa ocorre em meio a uma ampla mobilização militar no Caribe e uma escalada de tensões sem precedentes contra o governo venezuelano de Nicolás Maduro.
O combate a cartéis de drogas latino-americanos, como relatado pela Casa Branca desde agosto, está formalizado no documento. ( Com isso, é possível que a presença militar americana na região seja mais duradoura do que previamente esperado e a influência política sobre governos latino-americanos continue. Chamada de Estratégia de Segurança Nacional, a publicação norteia as políticas externas que serão tomadas pelo governo Trump para buscar a supremacia de seus interesses sobre os dos demais países.
Esse tipo de estratégia é publicada periodicamente por diversos países do mundo, esta foi a primeira divulgada pelo novo governo de Donald Trump. A estratégia dos EUA também fala sobre Taiwan, Europa, imigração e outros temas ( Segundo o documento, o realinhamento militar na América Latina se baseará em três elementos principais: “Uma presença mais adequada da Guarda Costeira e da Marinha para controlar as rotas marítimas, conter a migração ilegal e outras formas indesejadas de migração, reduzir o tráfico de pessoas e de drogas e controlar rotas de trânsito essenciais em situações de crise”;”Ações direcionadas para proteger a fronteira e derrotar cartéis de drogas, incluindo, quando necessário, o uso de força letal para substituir a estratégia fracassada baseada apenas na aplicação da lei nas últimas décadas”;”Estabelecer ou ampliar o acesso em locais de importância estratégica”. O documento afirma que os EUA também buscam “reafirmar e aplicar a Doutrina Monroe para restaurar a predominância americana no Hemisfério Ocidental”, com uma “retomada poderosa” do poder sobre a região.