O Brasil receberá nesta semana um lote emergencial de 2.500 tratamentos com fomepizol, medicamento considerado o antídoto mais eficaz contra intoxicações por metanol. A compra foi realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e um fabricante japonês, diante do aumento de casos no país.
Atualmente, já foram registrados 225 casos de intoxicação por metanol, sendo 16 confirmados e 209 em investigação. São Paulo concentra a maioria das notificações, com 192 casos, incluindo 14 confirmados e 178 em análise.
O medicamento será distribuído a centros de referência federais assim que chegar ao país. Além disso, o Ministério da Saúde adquiriu 12 mil ampolas de etanol farmacêutico, que também podem ser utilizadas como alternativa terapêutica no tratamento dessas intoxicações.
Como o fomepizol age no organismo
O fomepizol atua bloqueando a enzima álcool desidrogenase (ADH), responsável por metabolizar o metanol no fígado. Ao inibir essa enzima, o medicamento impede que o metanol seja convertido em ácido fórmico e formaldeído, substâncias altamente tóxicas que podem causar danos graves ao sistema nervoso central e aos rins. Essa ação reduz significativamente o risco de complicações graves e morte, tornando o fomepizol o tratamento de escolha para intoxicações por metanol.
O uso de ambos os antídotos, fomepizol e etanol farmacêutico, deve ocorrer exclusivamente sob prescrição médica e monitoramento hospitalar. A medida faz parte da estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) de ampliar o acesso a tratamentos eficazes e reforçar o estoque de medicamentos estratégicos no país.