O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi oficialmente anunciado nesta sexta-feira (5) como pré-candidato à Presidência da República pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A confirmação veio do presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto: “Bolsonaro falou, está falado”.
A escolha ocorre enquanto Jair Bolsonaro cumpre pena de 27 anos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após condenação por tentativa de golpe de Estado, tornando-se inelegível até 2030. Com a impossibilidade de concorrer, o PL buscava um nome que preservasse a base bolsonarista e o legado do ex-presidente. Flávio se destacou como herdeiro político e recebeu o apoio explícito do pai.
Estratégia e articulação
Com a oficialização da pré-candidatura, Flávio passará a percorrer o país, participar de eventos públicos e organizar palanques estaduais, em um esforço para consolidar a força do bolsonarismo na corrida eleitoral de 2026. Aliados afirmam que a estratégia busca manter coesão ideológica, ampliar a visibilidade do senador e engajar a base de eleitores tradicionalmente favorável ao ex-presidente.
Reações políticas e impactos
A decisão gerou tensão dentro do PL, onde setores defendiam candidatos fora do núcleo familiar, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado como opção moderada da coalizão de direita. A nomeação de Flávio reduz a margem para alternativas e reforça a liderança da família Bolsonaro sobre o partido.
No mercado financeiro, a notícia provocou volatilidade, com aumento da incerteza sobre possíveis políticas econômicas sob um eventual governo de Flávio Bolsonaro. Analistas apontam que o candidato terá desafio de atrair eleitores de centro e consolidar alianças estratégicas para além da base radical.
Desafios à frente
Embora Flávio herde parte do capital político do pai, especialistas alertam que a pré-candidatura dependerá de sua capacidade de construir agenda própria, superar o desgaste político associado a Jair Bolsonaro e apresentar propostas que dialoguem com o eleitorado mais amplo. A disputa de 2026 se configura como o primeiro teste real do bolsonarismo sob nova liderança familiar.
