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Fábrica clandestina ligada a mortes por metanol é descoberta em São Bernardo do Campo

Uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas foi descoberta pela Polícia Civil nesta sexta-feira (10) em São Bernardo do Campo (SP). O local é apontado como a principal origem das garrafas adulteradas que causaram mortes por intoxicação com metanol nas últimas semanas em várias regiões do estado. A proprietária foi presa em flagrante, e centenas de garrafas, rótulos e equipamentos foram apreendidos.

De acordo com a investigação, a fábrica operava de forma irregular havia meses, produzindo bebidas com alto teor de metanol, substância altamente tóxica que não deve ser usada em produtos destinados ao consumo humano. Laudos preliminares do Instituto de Criminalística confirmaram a presença do composto químico em amostras coletadas no local, com concentração entre 14% e 45% níveis suficientes para causar cegueira ou morte.

As autoridades acreditam que o metanol foi adicionado deliberadamente à mistura, e não gerado de forma acidental durante o processo de destilação. Segundo os investigadores, o esquema envolvia a compra de etanol em postos de combustíveis, que era misturado com outras substâncias químicas e engarrafado com rótulos e lacres falsificados de marcas conhecidas.

As bebidas eram então distribuídas para bares e comércios populares da Grande São Paulo, especialmente em bairros das zonas Leste e Sul da capital. A polícia investiga agora a participação de grupos criminosos na rede de distribuição e falsificação.

As mortes começaram a ser registradas em agosto, quando vítimas começaram a chegar aos hospitais com sintomas de intoxicação aguda, como visão turva, confusão mental e parada respiratória. Pelo menos cinco pessoas morreram após consumir as bebidas adulteradas, e outras seguem internadas em estado grave.

Entre as vítimas está o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, que morreu após ingerir a bebida em um bar na Mooca, zona leste de São Paulo. O caso dele ajudou a polícia a identificar a rota que levou à fábrica clandestina.

A Vigilância Sanitária e o Instituto Adolfo Lutz acompanham a análise das bebidas apreendidas e devem ampliar as inspeções em estabelecimentos que comercializam bebidas de origem duvidosa. A Secretaria de Saúde reforçou o alerta para que a população evite o consumo de produtos sem procedência ou vendidos a preços muito abaixo do mercado.

O metanol é um álcool altamente tóxico que, quando ingerido, pode causar cegueira irreversível, insuficiência respiratória e morte. Ele é usado normalmente como solvente industrial e combustível, e seu consumo é proibido por causar danos neurológicos graves.

A Polícia Civil informou que outras fábricas clandestinas estão sendo monitoradas e que novas operações devem ser realizadas nos próximos dias. O caso segue sob investigação, e a suspeita principal responderá por falsificação, adulteração de produtos alimentícios e homicídio qualificado.

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