O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi preso nesta quinta-feira (13) durante uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que investiga um esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias e pensões. A ação, considerada uma das maiores já realizadas contra fraudes previdenciárias, apura prejuízo superior a R$6,3 bilhões.
De acordo com a PF, o grupo sob investigação operava por meio de associações e entidades de classe que realizavam descontos automáticos nos benefícios de aposentados e pensionistas, sem qualquer autorização. Parte do dinheiro era desviada para empresários, servidores e dirigentes públicos, entre eles Stefanutto, que presidiu o INSS de julho de 2023 a abril de 2025.
A prisão do ex-presidente ocorreu em Brasília, após a Justiça Federal expedir mandados de prisão e busca e apreensão em 15 estados e no Distrito Federal. Além de Stefanutto, outros ex-gestores e representantes de associações também foram detidos.
As investigações apontam que o ex-dirigente teria mantido convênios irregulares e omitido irregularidades identificadas por auditorias internas. Há indícios de que ele teria recebido vantagens indevidas para facilitar a continuidade dos contratos fraudulentos.
O Ministério da Previdência confirmou que Stefanutto foi exonerado do cargo em abril, logo após o início das investigações. Em nota, a pasta afirmou que “colabora integralmente com as autoridades e reforça o compromisso com a transparência e o combate a qualquer forma de corrupção”.
A operação também determinou o bloqueio de bens e a quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados. Entre os crimes apurados estão corrupção passiva, organização criminosa e estelionato previdenciário.
O caso causou forte repercussão em Brasília e abalou a imagem do INSS, um dos principais órgãos do sistema público federal. Fontes da PF afirmam que novas prisões e medidas cautelares podem ser determinadas nas próximas semanas, conforme o avanço da apuração.
A prisão de Alessandro Stefanutto simboliza o ponto mais alto da operação e expõe a vulnerabilidade do sistema previdenciário brasileiro, que ainda tenta recuperar a confiança após a revelação do esquema de fraudes.