O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (31), os números mais recentes sobre o mercado de trabalho no Brasil, mostrando que a taxa de desemprego recuou para 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro de 2025. Esse índice representa o menor nível já registrado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).
Em termos absolutos, cerca de 6 milhões de pessoas estavam desempregadas, enquanto o total de pessoas ocupadas atingiu 102,4 milhões. A taxa de subutilização, que considera trabalhadores que gostariam de trabalhar mais horas ou que não buscaram emprego por desânimo, caiu para 13,9%, também a menor já registrada.
Principais destaques do levantamento
Informalidade ainda elevada: 37,8% dos trabalhadores ocupados estão sem carteira assinada, refletindo empregos com menor proteção social.
Diferenças por gênero: a taxa de desemprego entre mulheres é de 6,9%, enquanto entre homens é de 4,8%.
Disparidades por escolaridade: trabalhadores com ensino médio incompleto apresentam taxa de desocupação de 9,4%, enquanto aqueles com nível superior completo têm 3,2%.
Desigualdade por raça/cor: pessoas pretas ou pardas continuam apresentando índices de desemprego superiores à média nacional.
Contexto econômico e histórico
A manutenção da taxa de desemprego em níveis tão baixos indica um mercado de trabalho aquecido. O resultado reflete o crescimento contínuo da geração de empregos, especialmente com carteira assinada, e um aumento gradual da confiança de empregadores. Entretanto, a informalidade elevada e a desigualdade entre diferentes grupos da população evidenciam que os benefícios da recuperação econômica não são distribuídos de forma homogênea.
Segundo analistas, essa situação coloca desafios importantes para políticas públicas: reduzir a informalidade, melhorar a qualidade do emprego e diminuir desigualdades regionais, de gênero e de raça.
Perspectivas para os próximos meses
Especialistas apontam que, embora o cenário atual seja positivo, é necessário monitorar:
Sustentabilidade da redução do desemprego, especialmente diante de possíveis mudanças no cenário econômico.
Qualidade dos empregos gerados, incluindo estabilidade, salário e benefícios.
Renda real dos trabalhadores, que deve acompanhar ou superar a inflação para garantir ganhos efetivos.
Evolução regional e setorial, para identificar grupos e áreas que ainda apresentam maior vulnerabilidade.
A divulgação de hoje reforça que o mercado de trabalho brasileiro apresenta números históricos de ocupação, mas alerta para a necessidade de políticas voltadas à inclusão e à redução da informalidade.