O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou uma diminuição de 0,14% em agosto, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira. Este resultado marca a primeira deflação do índice em mais de dois anos, sendo a mais intensa desde setembro de 2022, quando o índice registrou uma queda de 0,37%.
A deflação foi puxada principalmente pela redução nos preços da energia elétrica residencial, que teve uma queda significativa de 4,93%. Este resultado foi influenciado pela implementação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de agosto. No entanto, a bandeira tarifária vermelha patamar 2 continua em vigor, acrescentando R$ 7,87 na conta de luz para cada 100 kWh consumidos.
Comparativo com Mês Anterior
Em relação ao mês anterior, julho, que teve um aumento de 0,33%, o IPCA-15 de agosto sinaliza uma desaceleração dos preços. No mesmo período do ano passado, em agosto de 2024, o índice apresentou uma alta de 0,19%. Ao longo dos últimos doze meses, o IPCA-15 apresentou uma acumulação de 4,95%, embora o resultado de agosto tenha ficado aquém das expectativas do mercado, que previa uma deflação entre 0,19% e 0,22%.
Setores Impactados pela Queda de Preços
Dos nove grupos analisados pelo IBGE, quatro registraram quedas nos preços em agosto. Além do grupo de Habitação, que apresentou uma diminuição de 1,13% devido à baixa nos custos da conta de luz, os setores de Comunicação (-0,17%), Alimentação e Bebidas (-0,53%) e Transportes (-0,47%) também contribuíram para essa deflação.
No grupo de Alimentação e Bebidas, a baixa nos preços ocorre pelo terceiro mês consecutivo. O subgrupo de alimentação no domicílio teve uma variação negativa de 1,02% em agosto, mostrando uma tendência influenciada por oscilações nos preços de alimentos básicos. Entre os destaques das reduções de preços estão a manga com queda de 20,99%, a batata-inglesa com 18,77%, a cebola com 13,83%, e o tomate com 7,71%. Outros alimentos que também apresentaram redução foram o arroz com 3,12% e as carnes com 0,94%.
Desempenho de Outros Grupos
Os demais grupos de despesas variaram entre uma leve alta de 0,03% em Artigos de residência e uma alta de 1,09% em Despesas pessoais. Essa heterogeneidade de variação demonstra como diferentes categorias de consumo foram afetadas de maneira distinta durante o mês de agosto, refletindo uma combinação de fatores econômicos que influenciam as decisões de gasto da população.
A deflação observada em agosto é um sinal importante dentro do contexto econômico atual e será monitorada atentamente nas próximas divulgações, considerando as expectativas do mercado e o cenário inflacionário do país.