A equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro está atuando intensamente nos bastidores para afastar o risco de uma possível prisão, que se tornou uma preocupação crescente diante do avanço de inquéritos e processos judiciais. A movimentação da defesa ocorre em um cenário de alta tensão política e em meio às declarações do próprio Bolsonaro de que “vai enfrentar julgamento” e que tem “certeza de condenação”.
Os advogados de Bolsonaro estão focados em estratégias que visam contestar provas, argumentar sobre a legalidade dos procedimentos e, principalmente, tentar barrar medidas cautelares mais severas que possam levar à sua detenção. Isso inclui a análise detalhada de decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem Bolsonaro acusa de “comandar o Brasil” e de estar por trás de uma “perseguição” política. O Senado, inclusive, tem 29 pedidos de impeachment contra Moraes.
A pressão sobre a defesa de Bolsonaro aumentou após declarações como a de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que afirmou que o objetivo de seu grupo político é “tirar da Corte” o ministro Alexandre de Moraes. Além disso, a Polícia Federal (PF) avalia medidas contra Eduardo Bolsonaro por suspeita de tentativa de extorsão à Justiça, em relação às suas declarações sobre condicionar o retorno ao Brasil.
A defesa de Bolsonaro também está atenta à postura de governadores de direita, como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, que têm saído publicamente em defesa do ex-presidente, usando termos como “perseguição” e “violência” para classificar as ações judiciais. O apoio desses líderes regionais, contudo, não garante imunidade judicial, mas oferece um respaldo político em meio à crise.
Com a iminência de novos desdobramentos nas investigações, especialmente aquelas relacionadas à tentativa de golpe de Estado e à venda de joias, a atuação da defesa de Bolsonaro é vista como crucial para mitigar os riscos jurídicos e afastar a possibilidade de uma prisão preventiva.
