O Corinthians atravessa uma das maiores crises financeiras de sua história em 2025, com dívidas que já ultrapassam R$2,7 bilhões, segundo o balancete financeiro de julho divulgado pelo clube nesta sexta-feira (10). O documento confirma o agravamento da situação econômica e consolida o Timão como o clube mais endividado do futebol brasileiro. Até julho, o déficit acumulado chegou a R$103,1 milhões, enquanto a previsão revisada para o fechamento do ano aponta um resultado negativo de R$83 milhões, revertendo a expectativa inicial de superávit de R$34 milhões.
Grande parte desse endividamento está relacionada à Neo Química Arena, cujo financiamento com a Caixa Econômica Federal soma R$655 milhões. A dívida da arena sofreu uma leve redução em relação ao semestre anterior graças à amortização de juros viabilizada pela vaquinha promovida pela torcida organizada Gaviões da Fiel desde novembro de 2024. Entretanto, os compromissos operacionais, como empréstimos, salários e encargos trabalhistas, continuam pesando cerca de R$2 bilhões nos cofres do clube.
Apesar da crise geral, o departamento de futebol do Corinthians apresentou superávit operacional de R$13,9 milhões, impulsionado por receitas de direitos de transmissão, patrocínios e arrecadação de jogos. Porém, o déficit do clube social, de R$26,5 milhões, contrabalançou parte dessas receitas, refletindo na situação financeira global da instituição.
Além das dívidas operacionais, o clube acumula R$125,6 milhões em condenações na FIFA, referentes a pendências financeiras com clubes e agentes, o que eleva ainda mais a pressão sobre as finanças. Em resposta à crise, a gestão interina, liderada por Osmar Stabile, criou um comitê de planejamento e reestruturação financeira com o objetivo de reorganizar os recursos e buscar soluções que permitam ao clube retomar o equilíbrio econômico.
Enquanto o futebol mantém algum fôlego financeiro, a combinação de gastos elevados com pessoal, dívidas judiciais e compromissos da arena continua sendo um desafio crítico para o Corinthians, que precisa de medidas estruturais e consistentes para superar uma situação histórica de endividamento.