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China avança na fusão nuclear com novo marco do “sol artificial”

A China segue liderando a corrida global pela energia limpa com avanços significativos em seu projeto de fusão nuclear. O reator experimental EAST (Experimental Advanced Superconducting Tokamak), conhecido como “sol artificial”, alcançou um novo recorde mundial ao manter plasma superquente por 1.066 segundos, atingindo temperaturas superiores a 100 milhões de graus Celsius. O feito supera o recorde anterior de 403 segundos, consolidando o país como referência mundial na pesquisa de fusão nuclear.

O EAST, instalado em março de 2006 no Instituto de Física do Plasma da Academia Chinesa de Ciências, em Hefei, província de Anhui, foi atualizado várias vezes desde então, incluindo melhorias em suas bobinas supercondutoras e sistemas de aquecimento auxiliar. Essas atualizações permitiram ao reator atingir marcos importantes, como a manutenção de plasma a 120 milhões de graus Celsius por 101 segundos em 2021, antes do recorde atual.

Embora o reator reproduza o processo de fusão nuclear que ocorre no Sol, a quantidade de energia gerada ainda é extremamente pequena em comparação com a estrela que ilumina o nosso sistema solar. Enquanto o Sol libera aproximadamente 384,6 trilhões de megawatts de energia continuamente, o EAST gera uma fração mínima desse valor, suficiente apenas para pesquisa experimental. O objetivo dos cientistas é justamente avançar para fusão com energia líquida positiva, ou seja, produzir mais energia do que a consumida pelo reator.

Além do EAST, a China avança com o projeto BEST (Burning Plasma Experimental Superconducting Tokamak), que alcançou recentemente a instalação de sua primeira peça-chave, a base Dewar, um componente essencial para sustentar plasma de deutério-trítio em temperaturas ainda mais elevadas. O BEST visa demonstrar a fusão com geração líquida positiva de energia, aproximando-se da meta de produção industrial de energia limpa.

Para suportar as condições extremas dentro dos tokamaks, cientistas chineses desenvolveram o aço CHSN01, capaz de resistir a campos magnéticos de até 20 Tesla e tensões de 1.500 MPa, garantindo maior segurança e durabilidade aos reatores de fusão.

Especialistas destacam que a China investe US$ 1,5 bilhão por ano em pesquisas de fusão nuclear, mais que o dobro do orçamento anual dos Estados Unidos para a área. Com planos de construir uma planta industrial de fusão até 2035 e possível comercialização da tecnologia até 2050, o país se posiciona como líder global na busca por uma fonte de energia limpa, segura e praticamente ilimitada.

A fusão nuclear, que reproduz o processo que ocorre no Sol, promete revolucionar o setor energético mundial, oferecendo uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis e reduzindo significativamente a emissão de gases poluentes. Com o EAST e o BEST, a China se aproxima cada vez mais de tornar essa promessa uma realidade.

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