Em uma reviravolta na narrativa sobre as tensões comerciais entre Estados Unidos e Brasil, um influente jornal norte-americano publicou hoje um editorial afirmando que o que ele classifica como “bullying” do presidente Donald Trump contra o Brasil está “saindo pela culatra”. O artigo sugere que a postura protecionista de Washington, em vez de isolar o Brasil, estaria fortalecendo a união interna e a busca por novas alianças internacionais.
O editorial do jornal, cujo nome não foi especificado, argumenta que as medidas agressivas de Trump, como o “tarifaço” imposto a produtos brasileiros, não só geraram uma condenação generalizada no Brasil, mas também parecem ter unificado diferentes espectros políticos em torno da defesa dos interesses nacionais. A recente pesquisa Quaest, por exemplo, indicou que 72% dos brasileiros consideram que Trump está errado em impor tarifas ao Brasil, e 53% aprovam a reação do presidente Lula.
O texto também destaca a reação do governo Lula, que, embora tenha pedido postura “firme” e “sóbria” aos ministros no debate com os EUA, classificou a revogação de vistos de ministros como “medida arbitrária”. Essa firmeza, segundo o jornal, aliada à busca por novas parcerias, estaria fortalecendo a posição brasileira no cenário global. A ida de Lula ao Chile para uma cúpula de presidentes em defesa da democracia, por exemplo, é vista como um movimento de busca por alianças regionais.
Ainda de acordo com o editorial, o “bullying” americano estaria inadvertidamente impulsionando o governo brasileiro a acelerar a diversificação de suas relações comerciais e diplomáticas, diminuindo a dependência dos EUA e buscando maior autonomia. A publicação sugere que, em vez de submeter o Brasil, as ações de Trump estão gerando um efeito contrário ao desejado.