O Governo do Brasil aprovou na segunda-feira (15) o novo Plano Clima, documento estratégico que define o caminho para o país cumprir suas metas climáticas no âmbito do Acordo de Paris e orientar políticas públicas até 2035. É a primeira atualização do plano desde 2008, preenchendo uma lacuna de 17 anos.
O plano foi validado pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), formado por 25 ministérios, e estabelece metas concretas de redução de emissões de gases de efeito estufa. O objetivo é diminuir as emissões de 2,04 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente, registradas em 2022, para cerca de 1,2 bilhão até 2030. Para 2035, a meta prevista varia entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas, o que representa uma redução de 49% a 58% em relação a 2022.
O plano organiza ações em oito setores prioritários, incluindo agricultura e pecuária, energia, indústria, transportes, cidades, resíduos sólidos e uso da terra. Ele integra estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e orienta a participação do setor privado, estados, municípios, academia e sociedade civil.
Elaborado ao longo de mais de dois anos, o documento resultou de dezenas de oficinas, reuniões técnicas e nove plenárias territoriais, com a participação de milhares de cidadãos, gerando cerca de 1,3 mil propostas que ajudaram a definir as estratégias finais.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o plano oferece um “roteiro orientador para que diferentes setores trabalhem de forma integrada por um desenvolvimento sustentável, resiliente e competitivo”.
Especialistas destacam que a aprovação do plano representa um passo importante para que o Brasil avance rumo à neutralidade de carbono até 2050, mas alertam que o cumprimento das metas dependerá de implementação eficaz, financiamento climático e monitoramento contínuo.
O Plano Clima será publicado em breve no Diário Oficial da União, tornando-se referência formal para as políticas climáticas do país.
