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Bolsonaro Presta Depoimento Crucial no STF Sobre Tentativa de Golpe e Nega Envolvimento: “A Verdade Virá à Tona”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu nesta terça-feira (10 de junho de 2025) para prestar um aguardado e decisivo depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da investigação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Conforme havia antecipado, Bolsonaro utilizou o momento para reiterar sua inocência e desvincular-se de qualquer plano de subversão democrática.

O depoimento, conduzido no inquérito sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, durou aproximadamente quatro horas e marcou um dos pontos altos da apuração sobre os eventos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.

Os Pontos Chave da Defesa de Bolsonaro

Em sua fala aos investigadores, Bolsonaro adotou uma linha de defesa que buscou afastar qualquer intenção golpista e atribuir a responsabilidade dos atos radicais a terceiros. Entre os principais pontos abordados pelo ex-presidente, destacam-se:

  • Negação de Tentativa de Golpe: Bolsonaro afirmou categoricamente que nunca teve a intenção de dar um golpe de Estado. Ele reiterou sua crença no processo democrático e nas instituições, negando qualquer articulação para anular as eleições de 2022 ou para se manter no poder de forma ilegítima.
  • Distanciamento do 8 de Janeiro: O ex-presidente buscou se desvincular dos ataques de 8 de janeiro. Ele argumentou que, na data dos fatos, estava fora do país (nos Estados Unidos) e que não incentivou ou apoiou os atos de depredação. Afirmou que suas manifestações foram sempre dentro dos limites constitucionais.
  • Liberdade de Expressão: Sobre suas falas e postagens que levantaram dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral, Bolsonaro defendeu-se alegando que agiu dentro do exercício da liberdade de expressão e que suas críticas eram parte do debate político e não incitação a crimes.
  • Acusações de Perseguição Política: Bolsonaro reiterou a tese de que é alvo de uma “perseguição política” sistemática, com os inquéritos e processos judiciais sendo utilizados como ferramentas para inviabilizar sua atuação na vida pública.
  • Responsabilidade Individual dos Manifestantes: O ex-presidente sugeriu que os atos de 8 de janeiro foram resultado de ações individuais de manifestantes que agiram por conta própria, e que não havia um comando centralizado ou uma coordenação com seu governo. Ele afirmou que não detinha controle sobre a conduta de todos os seus apoiadores.
  • Negativa de Conhecimento de Planos Específicos: Em relação a supostos planos de golpe ou minutas golpistas, Bolsonaro indicou que não tinha conhecimento direto ou envolvimento nessas articulações, ou que tratavam-se de discussões meramente hipotéticas e não de ações concretas.

Repercussão e Próximos Passos

O depoimento de Bolsonaro é uma peça fundamental na complexa investigação do STF, que já ouviu dezenas de testemunhas e colheu diversas provas, incluindo depoimentos de ex-militares e auxiliares próximos. A versão apresentada pelo ex-presidente será confrontada com o restante do conjunto probatório.

A fala de Bolsonaro era muito aguardada, especialmente após o recente depoimento de Walter Delgatti Neto, que o apontou como mandante em outro inquérito (invasão ao CNJ). A postura de Bolsonaro no STF, afirmando que “a verdade virá à tona”, visa fortalecer sua narrativa pública enquanto a investigação prossegue para seus desdobramentos futuros, que podem incluir o indiciamento de envolvidos e o eventual envio do caso ao plenário do Supremo.

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