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Bolsonaro Diz à PF que Teve Conversa “Reservada” com Diplomata dos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5) que teve uma conversa “reservada” com um diplomata dos Estados Unidos, mas não informou o conteúdo específico desse encontro. O depoimento de Bolsonaro ocorreu no âmbito do inquérito que apura a conduta de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos EUA.

A PF investiga a suspeita de que Eduardo Bolsonaro estaria articulando com autoridades americanas para impor sanções contra membros do Poder Judiciário brasileiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que Jair Bolsonaro fosse ouvido devido à possível ligação com as ações do filho.

Detalhes do Depoimento

No depoimento, Bolsonaro confirmou o encontro com o diplomata, identificado como Ricardo Pita, mas manteve o teor da conversa em sigilo. O ex-presidente negou qualquer articulação para sanções contra autoridades brasileiras, seja por “lobby” ou por qualquer outra via.

Ele defendeu as ações de seu filho nos EUA, afirmando que Eduardo está “levando a vida dele” e que o trabalho que o deputado faz é “pela democracia no Brasil”. Bolsonaro também revelou à PF que enviou cerca de R$ 2 milhões para Eduardo Bolsonaro nos EUA, justificando que o filho “está lá fora” com a esposa e dois netos (um garoto de 1 ano e uma menina), e que “lá fora tudo é mais caro”. Ele enfatizou que não quer que o filho “passe por dificuldades”.

Essa transferência de recursos foi justificada pelo ex-presidente como apoio familiar e não como financiamento de atos ilegais ou antidemocráticos. “A acusação é que eu estou financiando atos antidemocráticos. Não estou financiando qualquer ato ilegal”, declarou Bolsonaro, segundo relatos.

O Contexto do Inquérito

A investigação em que Bolsonaro depôs busca esclarecer se houve tentativa de interferência indevida ou pressão sobre as instituições brasileiras por meio de autoridades estrangeiras. A PGR argumenta que as ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA teriam como objetivo beneficiar diretamente o ex-presidente em processos judiciais.

O inquérito, que está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), faz parte de um conjunto de investigações que miram o ex-presidente e seus aliados por supostas tentativas de desestabilização democrática.

Após o depoimento, Bolsonaro reiterou a jornalistas que vê a investigação como mais um capítulo de uma “perseguição” contra ele e sua família.

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