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Bebê reborn: quando o hobby vira obsessão e acende alerta entre especialistas

O fenômeno dos bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos — ganhou força no Brasil nos últimos anos. Mas o que antes era apenas um passatempo colecionável ou um item terapêutico, agora começa a preocupar profissionais da saúde mental.

Criadas inicialmente para ajudar mães que perderam filhos ou para aliviar quadros de ansiedade, essas bonecas começaram a ser usadas de forma intensa por pessoas sem acompanhamento psicológico. Em alguns casos, usuários passaram a tratar os bonecos como filhos reais, levando-os a passeios, colocando nomes, comprando roupas e até fazendo registros em cartórios — o que gerou debates e críticas.

Especialistas em psicologia alertam: quando a interação com o reborn ultrapassa os limites do lúdico ou terapêutico e se transforma em substituição total da realidade, pode estar atrelada a quadros de transtorno afetivo, isolamento social ou fuga emocional. “Não é sobre a boneca, é sobre o que a pessoa está tentando evitar”, explica uma psicóloga comportamental.

O mercado, por sua vez, se aproveita do boom. Com bonecos custando entre R$ 800 e R$ 6 mil, a indústria se tornou altamente lucrativa, com lojas especializadas e influencers impulsionando o consumo. No entanto, a linha entre o afeto simbólico e a obsessão psicológica é tênue — e nem sempre fácil de perceber.

O alerta fica: o uso dos bebês reborn precisa ser feito com consciência. Quando o objeto vira válvula de escape para traumas ou frustrações não resolvidas, o que parece inofensivo pode virar um problema sério.

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