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Análise: A Era Ancelotti na Seleção Começa Sem Empolgar, Mas Há Motivos para Ter Esperança

A estreia de Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira, com um empate em 0 a 0 contra o Equador em Guayaquil, deixou a muitos torcedores com a sensação de que a “era Ancelotti” começou sem o brilho esperado. Acostumada a um futebol ofensivo e envolvente, a torcida brasileira pode ter sentido falta daquele “algo a mais” que se esperava de um treinador de renome global. No entanto, uma análise mais fria revela que, apesar da ausência de empolgação imediata, existem motivos sólidos para manter a esperança no trabalho do italiano.

A Largada Sem Brilho Ofensivo

O zero a zero em um jogo de Eliminatórias, especialmente fora de casa e em condições adversas como a altitude de Guayaquil, não é um resultado trágico. Contudo, o que mais pesou na percepção inicial foi a baixa produção ofensiva da equipe. O Brasil pareceu cauteloso demais, com pouca criatividade na construção de jogadas e uma dificuldade em transformar a posse de bola em chances reais de gol. Vinicius Júnior, Raphinha e Richarlison, talentos indiscutíveis, não conseguiram desequilibrar individualmente ou em conjunto como o esperado.

A ausência de Neymar, ainda em recuperação, pode ser um fator, mas a expectativa era ver como Ancelotti montaria um ataque capaz de superar a linha de defesa adversária sem seu principal craque. Essa resposta ainda não veio com a fluidez desejada.

Os Sinais de Esperança e o DNA Ancelotti

Apesar da falta de gols, há elementos que justificam a esperança no projeto de Ancelotti:

  1. Solidez Defensiva: A Marca de Ancelotti: O próprio treinador fez questão de destacar em sua coletiva a segurança defensiva da equipe. E não é por acaso. Ancelotti é conhecido por montar times taticamente disciplinados e difíceis de serem vazados. O Brasil, que historicamente sofreu com a desorganização defensiva em momentos cruciais, mostrou em Guayaquil uma compactação e uma capacidade de neutralização que podem ser a base para o sucesso. Em um jogo fora de casa pelas Eliminatórias, não tomar gols é um ativo valioso.
  2. Começo é Sempre Difícil: Toda nova era precisa de tempo. Ancelotti teve pouquíssimos treinos com o grupo completo, e a integração de suas ideias requer adaptação dos jogadores. Expectar um futebol envolvente e avassalador logo na primeira partida, contra um adversário aguerrido e em sua casa, seria irrealista.
  3. Qualidade Individual para Ser Explorada: O elenco brasileiro é recheado de talentos. Se a disciplina defensiva já começou a ser implementada, o próximo passo de Ancelotti será justamente dar liberdade e criar esquemas que otimizem as capacidades de seus jogadores de ataque. Ele tem material humano de sobra para isso.
  4. Experiência e Currículo: Não se pode ignorar o currículo vitorioso de Ancelotti. Ele sabe como construir times campeões e gerenciar egos. O objetivo maior é a Copa do Mundo de 2026, e a jornada das Eliminatórias, para ele, é um processo de construção.
  5. O Fator Casa: O próximo jogo, contra o Paraguai em São Paulo, será uma prova de fogo para Ancelotti mostrar seu trabalho com o apoio da torcida e sem as adversidades geográficas. É a chance de ver um Brasil mais propositivo e com mais oportunidades de gol.

Em suma, a “era Ancelotti” não começou com fogos de artifício e show de gols. Mas, em um ambiente de futebol cada vez mais pragmático e com a prioridade de garantir a vaga no Mundial, a solidez defensiva exibida pode ser o alicerce silencioso de um futuro promissor. A empolgação virá com o tempo, à medida que a mão do treinador se consolidar e os talentos individuais puderem brilhar dentro de um sistema mais maduro.

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