Davide Ancelotti está há pouco mais de quatro meses no Rio de Janeiro, no comando do Botafogo. Ele chegou ao Brasil para ter seu primeiro trabalho como técnico principal de um time de futebol – antes, era auxiliar e braço direito do seu pai, Carlo Ancelotti, treinador da seleção brasileira. Apesar do pouco tempo, o italiano já criou sua rotina na nova cidade, virou aluno de golfe e vai com frequência a uma churrascaria para saborear sua carne preferida.
No trabalho, assim como a responsabilidade à frente de um grande clube, sua demanda aumentou significativamente. Davide, como qualquer treinador, é um dos primeiros que chega ao CT e um dos últimos a sair, sempre rodeado da comissão técnica que trouxe e com quem mantém maior contato no dia a dia fora do expediente – o espanhol Luis Tevenet, o inglês Andrew Mangan e o italiano Luca Guerra. Além do calendário do futebol brasileiro recheado de jogos, há uma outra novidade em relação ao que tinha antes nos diferentes clubes europeus que passou: dormir na concentração às vésperas dos jogos.
Em times que trabalhou anteriormente, como Real Madrid-ESP, Everton-ING, Napoli-ITA e Bayern de Munique-ALE e PSG-FRA, as delegações se apresentam direto no estádio. Com o tempo a mais no hotel e em viagens, se debruça nos livros. O tema preferido é liderança no esporte, como Legacy, de James Kerr, mas entre os escritores preferidos estão os norte-americanos Ernest Hemingway e John Steinbeck, conhecidos por retratar a vida comum e seus os desafios do dia a dia.
Nessas idas e vindas, “perde” parte do tempo livre e a chance de estar em família. Mas, nas folgas, ele trata de aproveitar com quem trouxe para o Rio – a esposa Ana Galocha e os filhos Leonardo e Lucas, que chegaram em agosto. O dia a dia não fica restrito à segurança do condomínio.